Enquanto população fica a mercê de altos preços, deputados federais do Acre terão passagens até 50% mais baratas em acordo com empresa aéreas

Nos últimos meses os preços das passagens aéreas no Brasil aumentaram de maneira exagerada devido a subida do preço do petróleo em meio à guerra da Ucrânia que está afetando um dos principais insumos, o querosene de aviação.

No Acre, como já era de se esperar, além do aumento exorbitante nos preços, apareceu também a falta de vagas em vários voos. De Rio Branco para Brasília tarifas que eram cobradas aproximadamente R$700,00 reais agora aparecem com um custo de mais de R$3.000,00 reais em um voo doméstico.

Depois de diversas reclamações e denúncias da sociedade civil, alguns deputados federais, estaduais e vereadores se prontificaram em reagir, teceram criticas, cobraram o executivo mas não tomaram nenhuma ação formal que trouxesse a redução nas tarifas.

Enquanto isso, segundo informações do Valor Econômico, a Câmara Federal fechou um acordo que pode reduzir em até 50% o preço das passagens aéreas para os parlamentares do Acre e os funcionários de seus gabinetes. Mara Rocha (MDB); Jéssica Sales (MDB); Alan Rick (União Brasil); Dr. Vanda Milani (PROS); Flaviano Melo (MDB); Perpétua Almeida (PCdoB); Jesus Sérgio (PDT) e Léo de Brito (PT) serão beneficiados com o desconto que já começou a valer desde a semana passada.

O acordo ocorreu porque o aumento das passagens, segundo os deputados, fez com que a cota parlamentar fosse insuficiente para pagar as viagens semanais a Brasília. Conforme reportagem, cada deputado recebe entre R$ 30 mil e R$ 45 mil, dependendo do Estado, para gastar mensalmente com gabinete, combustível, alimentação, aluguel de carro e propaganda.

Embora signifique, supostamente, uma redução de gastos públicos, os benefícios foram vistos com ressalvas por especialistas. O cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UNB), acredita que a iniciativa pode trazer prejuízo à população. “Provavelmente os parlamentares vão ficar mais simpáticos às demandas das empresas e não votar coisas que sejam prejudiciais a elas. Elas estão, na verdade, fazendo lobby para que os deputados não votem naquele projeto das bagagens”, afirmou. 

Procurada, a Latam disse que participou de um edital público e apresentou proposta comercial. A Gol afirmou que respondeu a “solicitação formal e institucional da Câmara” e “apresentou proposta com condições alinhadas com as práticas comerciais da companhia, em linha com suas políticas internas”. A Azul respondeu que aderiu “com proposta comercial de entre as partes, estabelecida desde 2009”, disse a Azul em nota. 

Redação Diário do Acre, com informações do Valor Econômico

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