Esquema na Saúde de Alagoas desviava dinheiro do SUS para ostentação

Operação Estágio IV apura corrupção e lavagem de dinheiro na Secretaria de Saúde de Alagoas, com afastamento do secretário estadual.

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (16), a Operação Estágio IV para investigar um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos na Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau). Ao todo, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão nos estados de Alagoas e Pernambuco, além do Distrito Federal, por determinação do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).

Como parte das medidas cautelares, a Justiça determinou o afastamento do secretário estadual de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, pelo prazo de 180 dias. A operação contou com a participação de cerca de 170 policiais federais e 26 auditores, além do sequestro de bens de alto valor pertencentes aos investigados.

De acordo com a PF, as investigações identificaram indícios de favorecimento em contratações emergenciais firmadas entre 2023 e 2025, envolvendo duas empresas, uma fornecedora de materiais hospitalares e uma construtora. Somados, os contratos sob suspeita chegam a quase R$ 100 milhões, parte deles ainda em execução.

A apuração também revelou um esquema de ressarcimentos superfaturados por consultas e procedimentos médicos que, segundo a investigação, não teriam sido realizados. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 18 milhões, com destaque para pagamentos relacionados a serviços de fisioterapia considerados incompatíveis com a capacidade operacional da clínica envolvida.

Segundo a Polícia Federal, o dinheiro desviado era movimentado por meio de transferências bancárias, saques em espécie e pagamentos indiretos, caracterizando um sofisticado mecanismo de ocultação patrimonial. Parte dos recursos teria sido usada para a compra de imóveis, viagens e bens de luxo, incluindo uma pousada em Porto de Pedras (AL), adquirida por R$ 5,7 milhões. Durante as buscas, foram apreendidos mais de R$ 775 mil em dinheiro, além de dólares, euros, joias avaliadas em cerca de R$ 300 mil e armas de fogo.

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