EUA querem investigar investimentos chineses no agronegócio brasileiro

O governo dos Estados Unidos incluiu em seu projeto de orçamento de inteligência para 2026 uma proposta para investigar o interesse estratégico da China no setor agrícola brasileiro. O texto, apresentado pelo senador republicano Tom Cotton e aprovado pela Comissão de Inteligência do Senado, determina que a diretora nacional de inteligência, Tulsi Gabbard, avalie em até 60 dias após a sanção da lei a extensão e os impactos dos investimentos chineses no agro do Brasil.

A investigação deverá analisar desde o envolvimento direto do presidente Xi Jinping nas relações com o governo brasileiro até o número de empresas estatais chinesas com participação no setor, considerando possíveis efeitos na cadeia de suprimentos, no mercado global e na segurança alimentar. O relatório final, que poderá ter parte sigilosa, será apresentado ao Congresso americano.

O Brasil aparece pela primeira vez nesse tipo de legislação, que define o orçamento de agências como CIA e NSA. A medida ocorre em meio à pior crise diplomática recente entre os dois países, agravada pelo “tarifaço” de 40% imposto pelo presidente Donald Trump sobre exportações brasileiras e por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e, no ano passado, firmou com o governo Lula 37 acordos de cooperação, incluindo abertura de mercados agropecuários. Além de Brasil e China, a proposta americana cita Rússia, Coreia do Norte, Irã, Venezuela e Cuba como alvos de atenção estratégica.

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