Ex-secretário de planejamento questiona Gladson em rede social

Na noite desta quarta-feira (05), o ex-secretário do planejamento, Raphael L Bastos Jr, questionou o governador Gladson Cameli (Progressistas) em suas redes sociais e comentou sobre a operação Ptolomeu. A Policia Federal do Acre investiga o grupo formado por empresários e por agentes públicos ligados à gestão estadual. Segundo a PF, o grupo aparelhou a estrutura do governo para cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, desviando recursos públicos e ocultando a destinação dos valores.

O ex-secretário fez algumas observações a respeito das transações “incomuns” apresentadas no processo envolvendo o nome do governador e questionou as notas de defesa divulgadas pelos apoiadores de Gladson.

Leia o texto na integra

Já diz a máxima que “texto sem contexto vira só pretexto”. E é assim que muitos estão agindo ao publicar uma nota padrão, genérica e sem elementos que contrapõem, de fato, o que é relatado no inquérito policial que circula nos grupos de WhatsApp.

Outros pegam as chamadas da imprensa nacional, que, de maneira equivocada, vem dando notoriedade ao evento policial ocorrido no Acre.

Que a família do Governador é uma família rica, que seu pai, irmãos e primos são empresários bem sucedidos no segmento de infraestrutura isso é de conhecimento comum.

Mas o que não vi ninguém trazer à luz os esclarecimentos para dar satisfação ao povo do Acre em dois fatos que, na minha opinião como cidadão, merecem ser melhor explicados.

Ressalto que todos esses fatos estão sendo amplamente divulgados pela imprensa nacional e local, em pequenos fragmentos, que estou somente fazendo a junção de fatos que merecem explicação.

Primeiro, chama a atenção os vários depósitos feitos em espécie, que totalizam a quantia de aproximadamente 1 milhão de reais, feitos de várias cidades diferentes na conta pessoal do Governador.

Faturas de cartão de crédito altíssimas pagas em espécie e diversas movimentações, que visam não deixar rastros.

Outro fato é a alta soma em espécie deixada na concessionária de carro por um empresário (sobre pretexto que seria para pagamento de um veículo de luxo comprado pelo Governador para uso da Primeira Dama), e ao constatar o pagamento era para um veículo que já se encontrava quitado, o Gerente da empresa liga ao Governador informado que o valor deixado por terceiros estava disponível para devolução.

Em seguida, vai uma pessoa da segurança do Governador em busca do valor em espécie.

Digam-me: isso é uma transação comum?

Por que um empresário iria pagar um alto valor para abatimento da dívida de um Governador?

Por que o valor não foi devolvido ao próprio empresário que deixou dinheiro lá?

Como não acreditar no envolvimento do Governador, se ele próprio manda o chefe da sua segurança buscar o dinheiro que, aparentemente, não lhe pertence?

Se a origem dos recursos são frutos das empresas familiares, por que depósitos não identificados, feitos em espécie, não poderiam ser realizados por meio de uma transferência da empresa para o sócio minoritário?

Lembrando que distribuição de lucros para sócios é operação isenta de impostos no País (logo, não haveria motivos para não o fazer!).

Bastava somente isso para justificar o crescimento exponencial do patrimônio do Governador em 2 anos de mandato, constar em seu imposto de renda suas retiradas como sócio das empresas, ou até mesmo doação de valores por seus familiares e nenhuma dessas dúvidas levantadas pela operação encontrariam abrigo.

Porém, só com os vencimentos de Governador, que alcança cerca 470mil/ano, não fecha a conta e por isso existiu a operação policial.

Então, quando forem fazer nota para defesa do Governador, seus advogados e assessores deveriam criar um texto com algo que de fato nos faça ter esperanças que não estamos vivenciado o maior escândalo de todos os tempos em nosso Acre.

Se existe defesa e explicação para todos os pontos levantados, não esperem a Polícia ou a Justiça, tragam a luz da verdade e acabem com esse sofrimento que é ver o nosso Acre sendo exposto nacionalmente.

O povo do Acre precisa de respostas!

Raphael L Bastos Jr

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