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Fábio Torchi: O que nos ensinam as eleições estadunidenses

A vitória do Republicano Donald Trump nas eleições para a presidência do Estados Unidos, com mais de 75 colégios eleitorais e quatro milhões de votos de diferença, demonstram duas coisas: 1) a tendência dos institutos de pesquisa de favorecem projeções para as alas de esquerda – ora apontando-a como vencedora, ora empatando-a tecnicamente; 2) a transição da representatividade do partido republicano.

Desde o início das eleições, as pesquisas apontavam para uma apertada disputa entre a candidata democrata, Kamala Harris, e o republicano, Donald Trump. Segundo The New York Times/Siena College, Harris detinha 47% das intenções de votos, contra 44% das de Trump, com margem de erro de 3%. De acordo com o The Economist, desde agosto deste ano a democrata estava à frente do republicano, com diferenças de de 2% a 4% de intenções de voto.

Ocorre que, conforme apuração parcial promovida pela CNN Brasil, Donald Trump ganhou com 301 votos no colégio eleitoral, e 50,7% dos eleitores, e Kamala Harris perdeu, alcançando 47,7% de eleitores e 226 votos no colégio eleitoral. Ou seja, mesmo com a previsão das margens de erro, que empatavam tecnicamente os principais candidatos, as pesquisas de intenções de votos nos Estados Unidos erraram grosseiramente.

Mas qual foi o principal fator que contribuiu para a vitória de Trump? A mudança na representatividade do partido Republicano. Por defenderem pautas como o conservadorismo político e o liberalismo econômico, os republicanos são historicamente associados aos mais ricos e privilegiados, mas a realidade é que, nesta eleição, Trump aumentou a representatividade entre a classe trabalhadora e as minorias sociais.

O presidente eleito obteve a maioria dos votos dos residentes em área suburbanas, de classe média, e em rurais[1], e ampliou, se compararmos com 2020, 13% entre latinos (chegando a 46% desses eleitores), e 2% entre as mulheres.Além disso, no critério de escolaridade, expandiu os votos entre os que possuem menor escolaridade e manteve-se estável entre os que possuem boa formação educacional, conforme se extraem de dados da NBC News.

Tais resultados demonstram que o Partido Republicano soube compreender melhor os problemas e anseios da população menos abastada, ao passo que o Partido Democrata, historicamente associado à representatividade da classe trabalhadora, obteve melhores resultados com a classe urbana, de maior renda e melhor formação educacional.

Assim, se permaneceram desatentos a essa mudança, os democratas continuarão perdendo, como perderam para a presidência, e não formaram maioria de senadores e governadores, e a verdade é que o partido republicano se tornou majoritário e realmente representa o povo estadunidense.

[1]https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/eleicoes-nos-eua-2024/eleicoes-nos-eua-entenda-como-foi-a-votacao-por-recortes-demograficos/

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