O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta quinta-feira, 25, que o Brasil tem como vocação a agricultura sustentável e as boas relações internacionais como premissa de excelentes negócios. A fala foi feita durante o lançamento do Plano Safra 24/25 do Banco da Amazônia, em Belém, Pará.
“A gente não faz negócios com inimigos! E o presidente Lula cumpriu um grande papel nesse sentido e reconectou o Brasil com o mundo e nos permitiu andar pelo mundo apresentando os produtos brasileiros […] nós temos que ter compromisso com o meio ambiente, não adianta ter gente vocacionada, que sabe lidar com a terra, com máquinas e tecnologias de última geração se vivermos em um deserto, o grande ativo brasileiro e o grande ativo dessa Amazônia é a regularidade climática que tem que ser preservada”, disse o ministro.
Fávaro também ressaltou que preservação não é barreira para o desenvolvimento econômico, mas sim, investimento com retorno certo. “Quando você recupera o solo que já está em uso, você aumenta o rebanho, aumenta a agricultura e não precisa desmatar mais, é por aí que nós vamos crescer”, enfatizou Fávaro.
Investimentos no Inmet e na Ceplac
Além de defender o compromisso do governo com o meio ambiente, o ministro da Agricultura também ressaltou investimentos no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). “Estamos reformulando todo o Inmet, tudo digital, tudo eletrônico, com utilização de inteligência artificial para poder prestar um serviço tão importante que é a meteorologia para os produtores e para a população”, disse Fávaro.
Sobre a Ceplac, o ministro afirmou que o “start” foi dado e que a reestruturação irá começar. “Nós queremos o Brasil exportador de cacau, um grande player que leva renda aos pequenos produtores, médios produtores, grandes produtores, todo mundo cabe nessa cadeia produtiva e a Ceplac tem um papel fundamental e é meu compromisso com vocês e quero entregar uma Ceplac muito melhor do que encontrei”, concluiu o ministro.
Defesa sanitária brasileira e a transparência internacional
Carlos Fávaro também aproveitou a ocasião para defender as condições sanitárias dos produtos agropecuários do Brasil. Como exemplo de sucesso, o ministro citou o reconhecimento de todo o território nacional como livre de febre aftosa sem vacinação. “Há 50 anos pelo menos todos nós sonhávamos com Brasil livre de febre aftosa sem vacinação e com muita determinação, parceria de pecuaristas, de agências estaduais e governo federal, o Brasil conseguiu”, destacou o ministro, dizendo que espera que o reconhecimento internacional – por meio da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) – aconteça ainda no primeiro semestre de 2025.
Sobre o recente caso de Newcastle no Sul do país, o ministro rebateu críticas quanto ao autoembargo estabelecido pelo governo. Fávaro defendeu a transparência como fundamental nas relações com os mercados internacionais. “A questão sanitária nos permite, mantendo a régua muito alta, acessar esses mercados mais exigentes”. Fávaro também relembrou que igual medida foi adotada em fevereiro de 2023 em virtude de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), chamado de mal da “vaca louca”.
Plano Safra via Banco da Amazônia: recorde de R$ 11 bilhões
Sobre os recursos disponibilizados pelo Banco da Amazônia por meio do Plano Safra 24/25, Fávaro destacou a importância do programa agrícola para gerar oportunidades na agropecuária local e ressaltou as “taxas atrativas”.
Nesta edição, os produtores do setor agropecuário da região vão contar com R$ 11 bilhões. O valor é 11% superior à última safra. Segundo comunicado do Mapa, o objetivo é oferecer as melhores taxas do mercado e condições de financiamento para impulsionar o setor.
Para a agricultura empresarial a taxa de custeio começa em 6,75% ano, enquanto a taxa de investimento, em 6,48% a.a. Já para a agricultura familiar será a partir de 1,5% a.a. e as taxas de investimento a partir de 0,5% a.a.
Dos recursos, R$ 3,3 bilhões são direcionados para investimento e R$ 7,7 bilhões para custeio. Em termos de segmentos atendidos, R$ 5,4 bilhões irão para pequenos e médios produtores, R$ 4,3 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 1,3 bilhão à agricultura familiar.
O presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, comentou a iniciativa. “É um volume recorde de recursos que vai possibilitar reforçar o fomento a toda a cadeia produtiva do agro em nossa região, por meio de soluções financeiras para atender às necessidades de cada produtor”, destacou.