Com a demissão de Silvio Almeida e a nomeação de Macaé Evaristo no Ministério dos Direitos Humanos, o governo Lula não conta mais com nenhum homem autodeclarado preto no cargo de ministro. O fato recebeu atenção do jornal Folha de S.Paulo.
Na manchete de notícia que repercute a demissão de Almeida, acusado de assédio e importunação de mulheres, dentre elas, a ministra Anielle Franco, o jornal destaca que não há “nenhum homem preto ministro” no atual cenário da Esplanada.
No total, nove dos 38 ministros do atual governo se autodeclaram pretos ou pardos. O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, se autodeclara indígena. Macaé Evaristo, a nova ministra dos Direitos Humanos, se declara preta. As informações estão disponíveis em autodeclarações em registros de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e em declarações públicas.
Antes de assumir, Lula recebeu certa pressão para formar ministérios mais diversos, com menos homens e mais pessoas não brancas. O presidente eleito afirmou, inicialmente, que o grupo de ministros teria um perfil diverso.
No entanto, a presença feminina no governo diminuiu à medida que Lula buscou dar mais espaço ao centrão para ampliar sua base no Congresso Nacional.
Lula também fez duas indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, em ambas as ocasiões, recebeu pressão para escolher uma mulher negra. Na primeira, indicou Cristiano Zanin, seu antigo advogado — um homem branco. Na segunda, escolheu seu então ministro da Justiça Flávio Dino, que se autodeclara pardo, mas que não se envolve corriqueiramente com a pauta racial.