Ao menos 25 senadores devem votar contra a permanência do procurador-geral, alvo de críticas pela denúncia contra Bolsonaro no caso da tentativa de golpe.

A recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República deve enfrentar forte resistência no Senado. Segundo apuração do Poder360, ao menos dez integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se posicionaram contra sua permanência. Para ser aprovado no colegiado, o nome precisa de maioria simples — 50% mais um dos 27 votos.

No plenário, o cenário também é desafiador. São necessários 41 votos favoráveis, mas a estimativa é de que pelo menos 25 senadores se oponham à recondução de Gonet. A contagem é baseada em relatos de líderes partidários e de parlamentares da oposição, embora o resultado final possa variar por abstenções ou ausências na votação.

O relator do processo na CCJ, senador Omar Aziz (PSD-AM), apresentou parecer favorável à recondução, afirmando que Gonet “cumpre todos os requisitos constitucionais e regimentais” para continuar à frente do Ministério Público da União. O parecer, no entanto, não foi suficiente para conter as críticas de parte da oposição, que questiona a atuação do procurador em casos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A principal resistência vem da denúncia apresentada pela PGR no caso da tentativa de golpe de Estado, que resultou na condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. Senadores oposicionistas chegaram a pedir o impeachment de Gonet à época. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) classificou o processo como “absurdo”, afirmando que a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid “foi resultado de coação” e que “tudo parecia combinado”.