Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann e o próprio presidente criticaram nesta semana o possível adversário do PT nas eleições de 2026.
O governo federal acompanha com atenção a movimentação política do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que desponta como possível sucessor de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026, com o ex-presidente inelegível até 2030. Nos últimos meses, Tarcísio tem se aproximado do Centrão, articulado pautas estratégicas – como a aprovação do projeto de anistia que beneficiaria aliados de Bolsonaro – e reforçado seu protagonismo no espectro da direita.
Segundo aliados, a atuação do governador paulista demonstra capacidade de unificar partidos em torno de temas centrais, ao mesmo tempo em que amplia seu capital eleitoral entre eleitores bolsonaristas mais moderados. A movimentação ganhou força após episódios recentes envolvendo a família Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, que deixaram o ex-presidente e seus filhos mais fragilizados politicamente. A atuação do governador paulista em prol da anistia, inclusive, suavizou o atrito com Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente,
A tensão política entre Lula e Tarcísio também se refletiu em eventos institucionais. O governador participou do leilão do túnel Santos-Guarujá, enquanto Lula optou por não ir ao evento, destacando a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e ministros petistas que ressaltaram a importância do investimento público na obra. Nas redes sociais, aliados de Lula, como a ministra Gleisi Hoffmann, criticaram o posicionamento de Tarcísio, apontando que sua defesa do mercado como motor da economia e do indulto a Bolsonaro representaria um programa de governo “fantoche” e pró-mercado, distante das prioridades sociais defendidas pelo PT.
Enquanto isso, Tarcísio mantém articulação no Congresso e com líderes do Republicanos, PSD e Progressistas, fortalecendo sua candidatura potencial à Presidência em 2026 — embora não diga abertamente que deseja concorrer ao Palácio do Planalto. O governador tem buscado equilibrar o apoio à família Bolsonaro com sinais de autonomia política, consolidando-se como uma alternativa viável à esquerda e ao próprio bolsonarismo.
O cenário reflete um reposicionamento estratégico do governo Lula, que mira o governador paulista como possível rival direto, enquanto mantém diálogo institucional com partidos de centro e acompanha de perto a movimentação do eleitorado de direita. A sucessão presidencial de 2026 começa a desenhar um tabuleiro político mais acirrado, com Tarcísio como protagonista emergente.