A futura estação da Linha 2-Verde do metrô de São Paulo, na Vila Formosa, bairro da zona leste da capital, nem tem data para sair do papel, mas já está causando polêmica. O motivo é a mudança do nome previsto para a estação, de Paulo Freire para Fernão Dias.
A mudança foi decidida pelo Metrô, estatal que administra a malha metroviária de São Paulo, após pesquisa de opinião feita com moradores da região em 2022, ainda na gestão do ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB). A escolha só veio a público agora, no início do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O nome do educador Paulo Freire constava do projeto original da extensão da Linha 2 até a cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, porque a futura estação ficará na avenida que leva o nome do “patrono da Educação no Brasil”.
Mas, segundo o Metrô, o nome Fernão Dias, bandeirante conhecido como “caçador de esmeraldas”, obteve 57% dos votos na pesquisa feita com moradores da região no ano passado. Os outros dois nomes que também constavam como opção para a estação, Paulo Freire e Parque Novo Mundo, tiveram 29% e 14% dos votos, respectivamente.
Atualmente, a Linha 2-Verde liga a estação Vila Madalena, na zona oeste, até a estação Vila Prudente, na zona leste de São Paulo. A primeira fase da expansão, até o bairro da Penha, está prevista para 2026. Já o trecho até Guarulhos, onde ficará a nova estação, não tem data de entrega.
“A escolha definitiva dos nomes de futuras estações é feita, exclusivamente, pelo Metrô, por meio de estudos e pesquisa de opinião com moradores das regiões próximas. Para essa estação, o nome Fernão Dias foi o mais lembrado, já que a avenida Educador Paulo Freire é tida como continuação da Rodovia Fernão Dias e é chamada dessa forma pelos moradores”, informou o Metrô, por meio de nota.
Polêmica
A alteração do nome de Paulo Freire, educador conhecido internacionalmente, por Fernão Dias, bandeirante associado à exploração de indígenas, levou a uma série de críticas nas redes sociais.
Partidos como PSol e PT manifestaram indignação nas redes sociais, assim como a deputada federal Luiza Erundina (PSol-SP), o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP) e o ex-deputado Alexandre Frota (Pros-SP).