Aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem sido categóricos ao falar em “guerra política” travada pelo governo federal em casos recentes envolvendo investigações sobre organizações criminosas como o PCC. Para pessoas próximas, o exemplo atual, envolvendo intoxicações por metanol, é o mais novo de uma investida contra o chefe do Executivo paulista.
Segundo auxiliares do governador, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (30), a Polícia Federal falou sobre a suposta ligação do PCC com as contaminações sem apresentar evidências. Além disso, não houve contato entre o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e as autoridades do governo paulista antes do anúncio. A gestão Tarcísio disse “não ver indícios” de envolvimento da organização. Um aliado, inclusive, destaca que relacionar os casos ao PCC “sem embasamento” pode “gerar terror desnecessário”.
Outro exemplo citado por pessoas próximas é o crescimento de críticas relacionadas ao governador. Parlamentares e autoridades de oposição, como a deputada federal Erika Hilton (PSOL), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o deputado estadual Antônio Donato (PT) foram às redes sociais destacar que Tarcísio estava em Brasília visitando o ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto o Estado de São Paulo já registrava mortes por bebidas intoxicadas.
Foi no meio disso, inclusive, que o governador paulista decidiu desmarcar o comparecimento em uma agenda em Cubatão para convocar uma coletiva de imprensa ao lado do secretariado sobre metanol — pouco depois que a Polícia Federal e o Ministério da Justiça também soltaram o aviso de um pronunciamento à imprensa, sem avisar as autoridades de São Paulo.
Postos de combustíveis e morte de delegado
Recentemente, outras investigações e casos ligados ao PCC também geraram rixas entre o governo federal e estadual. No mês passado, operações o crime organizado que apuram lavagem de dinheiro do crime com postos de combustíveis foram deflagradas em todo país. Na data, Tarcísio de Freitas e sua equipe reforçaram em diversas oportunidades que o governador “denunciava essa situação” desde o início da gestão, inclusive recuperando vídeos de falas dele sobre o assunto.
Também no mês passado, com a morte do ex-delegado Ruy Fontes, diretamente ligado às investigações sobre o PCC, o governo paulista e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo receberam ligações tanto do Ministério da Justiça quanto da Polícia Federal oferecendo ajuda em relação ao tema. Na época, o auxílio foi negado pelo secretário da pasta paulista, Guilherme Derrite.