Guerra cultural: poucos a entendem

Sobre o tema “Guerra Cultural”, a minha modesta pretensão com esse texto é dá o meu próprio depoimento do quanto ignoramos essa importante questão na vida política do nosso Estado do Acre, do Brasil e, até mesmo, do mundo. Meu depoimento foi motivado por uma leitura recente de uma obra muito elogiada por personalidades que têm o que dizer.

Refiro-me à obra “Guerra Cultural”, do filósofo canadense-americano Stephen R. C. Hicks, editado pela “Faro Editoral”, em 2021, e traduzida para o português por Matheus Paccini. O subtítulo da obra já se configura em uma bela sinopse: “Como o pós-modernismo criou uma narrativa de desconstrução do ocidente”.

Quando visualizei a capa do livro, chamou-me a atenção o elogio de uma personalidade que muito admiro: Jordan Peterson. De Jordan Peterson eu já havia lido “12 Regras para a Vida” e “Para Além da Ordem”. Sobre o livro, “Guerra Cultural”, disse Jordan Peterson: “Corajoso e muito relevante para entender os dias atuais”.

Estimulado pela sugestão de Jordan Peterson, fiz a leitura do livro em dois dias. A obra demonstra como, ao longo dos últimos 200 anos, a esquerda (socialismo) foi se modificando, à medida que constatava que a teoria, não funcionava na prática. Todas as experiências socialistas fracassaram. A experiência do socialismo real da ex-URSS foi uma tragédia. Algumas dezenas de milhões de pessoas mortas.

O diplomata, doutor em administração pública, Gustavo Maultasch, muito bem sumariou o conteúdo do livro: “A transformação da esquerda ao longo dos últimos 150 anos – do socialismo científico à atual esquerda pós moderna – é um dos fenômenos mais intrigantes da política contemporânea. Como pode a esquerda, que antes fundamentava suas pautas na razão e na ciência, ter aderido à ideia relativista de que a verdade não existe? (…) Por que a esquerda, que se pensava universalista em sua defesa da classe trabalhadora, agora promove a divisão das pessoas em infinitos grupos minoritários, com as políticas identitárias baseadas em raça, gênero, sexualidade? ”

Mas, antes mesmo de falar sobre a minha própria ignorância sobre o tema (Guerra Cultural), gostaria de trazer à memória o que ouvíamos dos políticos de oposição à esquerda acreana, que esteve no poder durante vinte anos.

Inúmeras vezes escutei políticos que faziam oposição ao PT, escarnecerem quando afirmávamos que determinado líder petista era comunista. Debochavam: “comunista que nada! O Pai dele foi da ARENA”. E tais juízos não eram feitos apenas por pessoas do povo. Eram feitos por pessoas proeminentes da classe política do Estado.

Demonstração cabal de que os políticos acreanos que faziam oposição ao PT não tinham capacidade de entender como funcionava o movimento comunista internacional. Eram, como se diz no jargão comunista, “idiotas úteis”. E não estou dizendo isso com soberba. Já fui idiota útil também.

Posteriormente se constatou que, muitos que faziam oposição ao PT, buscavam apenas cargos; porque também eram de esquerda. Acreditavam que eram moralmente superiores, por não serem corruptos, especialmente depois dos escândalos do “Mensalão” e do “Petrolão”.

Os políticos que faziam oposição, revelaram suas posições ideológicas de esquerda quando os campos ficaram demarcados. Mormente depois da eleição de Bolsonaro, em 2018, quando a direita ganhou musculatura e a literatura política liberal-conservadora (Escola Austríaca) chegou ao alcance de maior número de pessoas, enriquecendo o debate. Deixou de haver o discurso único (esquerdista).

A nossa classe política, como acima demonstrado, não era capaz de fazer o contraponto nesse embate de ideias (Guerra Cultural). E para fazer o embate cultural, a oposição precisava conhecer e defender o projeto oposto ao comunismo. O projeto oposto ao comunismo é o liberalismo. A oposição desconhecia esse projeto. Limitava-se a criticar o projeto do adversário.

Durante muito tempo, ao longo dos vinte anos em que a esquerda governou o Acre, escutei o bordão: “a oposição não tem projeto”. E era uma realidade. Ludwig Von Mises, notável economista da Escola Austríaca, dizia que não bastava ser anticomunista. Era necessário fazer a defesa do o projeto oposto. Colocar um novo projeto no lugar do comunismo.

Em poucas palavras, creio que foi a razão pela qual a oposição ficou fora do poder por (vinte) anos. O discurso da direita veio de fora para dentro, com Jair Messias Bolsonaro. O povo acreano entendeu e apoiou o projeto liberal-conservador.

Pois bem. Comecei a compreender a guerra de ideias a partir das obras do filósofo Olavo de Carvalho. Isso lá pelos anos 2013, quando da edição do livro: “O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”. Li e reli a coletânea dos 192 artigos que contém o livro organizado por Felipe Moura Brasil.

Mesmo já não sendo socialista fazia muitos anos (fui militante dessa ideologia perversa), mas ainda não tinha substituído minhas convicções esquerdistas, pelos valores liberais- conservadores, como recomenda Ludwig Von Mises em seu livro “Liberalismo” e “As Seis Lições”.

A partir da leitura da obra de Olavo de Carvalho e de autores da Escola Austríaca, dentre outras obras, as visões foram se clareando. Fui me convencendo como Jordan Peterson: “Nossa cultura se encontra atualmente envolta em guerra de ideias e essas ideias precisam ser compreendidas”.

Recomendo fortemente a leitura de “Guerra Cultural”, de Stephen Hicks, para compreensão da guerra de ideias, sob pena de permanecermos “idiotas úteis” para o movimento socialista\globalista, sobretudo depois que Donald Trump tirou o véu da USAID.

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