Haddad defende equipe econômica, cita Delfim Netto e compara projeções do mercado com astrologia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (18) que se preocupa mais com o ajuste das variáveis econômicas que estão sob controle do governo do que com as projeções do mercado financeiro sobre a economia. “Às vezes fico preocupado com a calibragem da trajetória fiscal e da Selic. O desafio é combinar corte de gastos com reposição, após o ajuste do gasto primário”, disse, durante o seminário “Brazil 2030: Fostering Growth, Resilience and Productivity”, em São Paulo.

Segundo Haddad, muitas projeções econômicas são guiadas por “paixões” e não pelo bom senso. Ele citou o ex-ministro Delfim Netto, que ironizava dizendo que previsões de economistas servem apenas para reforçar a reputação dos astrólogos, que costumam acertar mais. O ministro destacou que, nos últimos dois anos, a economia brasileira cresceu quase 7% e que, neste ano, as estimativas do PIB estão sendo revistas para cima. Também afirmou que a inflação deverá ficar abaixo da registrada em 2023.

“Muita gente dizia que a economia não ia crescer e que a inflação ia explodir. Agora todos estão percebendo que o índice de preços será menor. Eu mesmo errei ao dizer, em janeiro, que o dólar estaria em R$ 5,70. Hoje está em R$ 5,40. Esse é o tipo de astrologia que acaba colocando a profissão de economista em xeque”, afirmou.

Haddad ressaltou que o governo acompanha as projeções de mercado, mas com independência para adotar a estratégia que considera mais adequada. Ele também defendeu a equipe econômica, afirmando que conta com profissionais reconhecidos e competentes em suas funções.

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