Haters do agro, os ‘odiadores’ dos produtores e da produção de alimentos

Antes de maiores considerações, creio que se faz necessário discorrer sobre o termo ‘hater’ para um melhor esclarecimento. O site ‘Significados’ traz explicação de fácil entendimento:

“Haters é uma palavra de origem inglesa e que significa ‘os que odeiam’ ou ‘odiadores’, na tradução literal para a língua portuguesa. O termo hater é bastante utilizado na internet para classificar algumas pessoas que praticam “bullying virtual” ou “cyber bullying”.

Basicamente, o hater é uma pessoa que simplesmente não está feliz ou satisfeito com o êxito, conquista ou felicidade de outra pessoa. Assim, preferem “atacar” e “criticar” o indivíduo, expondo-o situações comprometedoras publicamente sobre essa pessoa, ou desvalorizando as ações e vitórias do “alvo”.

O hater pratica o ato de odiar alguma coisa ou alguém, e, esta expressão, não está diretamente relacionada à inveja, pois os haters não desejam ser ou possuir algo de alguém, mas apenas criticar e desvalorizar outra pessoa perante seu grupo social. O principal alvo dos haters são as celebridades e demais figuras públicas. As redes sociais são as principais ferramentas de “ataque” dos haters.”

O ódio é um sentimento – sim, um sentimento – sem qualquer explicação razoável ou necessidade de lógica e coerência. O ‘Estadão’ publicou, em 19/9/2018, o artigo “Precisamos conversar sobre ódio”, de autoria de Ruth Manus, que traduz o sentimento:

“O ódio, originalmente, é uma forma de aversão profunda, causada pelo medo ou pela raiva. Odiar algo ou alguém é um sinal evidente do quão vulneráveis estamos ao poder que aquela pessoa ou aquela situação exerce sobre nós. Quando há indiferença, obviamente não há ódio.

Ocorre que um sentimento tão poderoso como o ódio, num dado momento, acaba gerando ações. E ações movidas pelo ódio nunca poderiam resultar em boa coisa. Surgiram assim, os denominados crimes de ódio, que são aqueles motivados por preconceitos, nos quais a vítima é escolhida por pertencer a um determinado grupo: negros, mulheres, homossexuais, índios, pessoas com deficiência, judeus, evangélicos e assim por diante.

Estamos vivendo um momento que nos assusta exatamente porque um imenso número de pessoas passou a ter orgulho do próprio ódio, bem como a cultivá-lo, em vez de buscar ferramentas para combatê-lo. Chegamos ao absurdo de ver gente batendo no peito, dizendo que cometer um crime de ódio não é uma ideia que esteja fora de questão. Tem cada vez mais gente vangloriando a violência e a ignorância e nós precisamos conversar sobre isso.

Questionar o nosso ódio é questionar os nossos medos. É se ver obrigado a olhar para si mesmo, para sua história, seus traumas, sua criação, seus receios. O ódio não brota sozinho, ele sempre tem uma raiz. De onde vem isso? Por que estou sentindo isso? Será mesmo que eu preciso continuar sendo refém disso? É através dos meus ódios que eu quero criar a minha identidade?”

Fazem parte da ‘manada’ dos haters – odiadores do agro – os tipos mais diferentes de pessoas, inclusive subcelebridades guindadas por ‘modismo’ a essa condição”

Hoje, em nosso país, uma das maiores vítimas dos ‘haters’, os odiadores, é o agro. Aqui, me permito uma digressão, narrando uma conversa que ouvi de um grupo de jovens em uma boate – odeio a fulana, disse uma das jovens para o grupo, não a conheço, não sei o que faz, mas a começar pelo nome odeio o nome – eis o exemplo do sentimento involuntário; todavia, na maior parte das vezes, o sentimento é provocado por ‘fakes’ (mentiras) publicadas nas redes sociais e até mesmo na grande mídia, sem qualquer necessidade de conhecimento do assunto vítima do ódio.

O agro é um alvo extremamente fácil por ser um grande desconhecido da maioria da população. Lamentavelmente, o grande público brasileiro desconhece inteiramente como é a produção dos alimentos que estão à sua mesa ou nas gôndolas dos supermercados, o que o deixa completamente aberto para a ‘inoculação do veneno das fakes’ propagadas pelos haters.

É imprescindível que esclareçamos a todos o conceito de hater e suas táticas, mas não devemos nos esquecer o poder de influência deles:

“Não devemos prestar reverência a Satanás, pois isto seria imprudente, mas podemos, pelo menos, respeitar seus talentos”, já alertou o escritor e humorista norte-americano Mark Twain (1835 – 1910).

Os haters costumam a criar frases de efeito, como “os bovinos liberam metano na atmosfera e contribuem para o aquecimento global”, “não coma carne para não incentivar a criação de bovinos”, “o agro contribui para o aquecimento global”, “o agro é desmatador” e assim por diante. O Congresso Nacional, todas as vezes que legisla sobre algum tema referente ao agro, sofre ataques dos haters, que criaram algumas frases injuriosos, como “PL cria o ‘pacote de veneno, “PL favorece a venda de terras para estrangeiros” etc.

Nos últimos anos, o desmatamento da Amazônia está na ‘crista da onda’ das campanhas dos haters. Tanto que chegam a criar imagens fantásticas em mapas coloridos de vermelho, transmitindo a todos, brasileiros e estrangeiros, a sensação de que há desmatamento massivo na região.

Tal informação é de uma desonestidade fora do comum. É óbvio que há, sim, há desmatamento na Amazônia, assim como em outras partes do planeta. No entanto, ninguém informa que são milhares de pequenas áreas desmatadas por toda a região, que, somadas, representam os números publicados.

Grande parte do desmatamento na Amazônia não está localizada nas áreas de produção do agro. Mais: parte do desmatamento está no entorno de áreas urbanas ou ocorre para manutenção de estradas ou em assentamentos e terras indígenas.

Os números exibidos pelos haters como um ‘galardão’ não distinguem o que é legal do ilegal ou irregular. Também ignoram, tampouco divulgam, que há milhares de pedidos de ‘supressão de vegetação’, para o cumprimento do Código Florestal, dormindo em gavetas governamentais por anos.

Fazem parte da ‘manada’ dos haters – odiadores do agro – os tipos mais diferentes de pessoas, inclusive subcelebridades guindadas por ‘modismo’ a essa condição, que pretendem se manter na mídia às custas das cadeias produtivas da agropecuária.

Por Gil Reis, Consultor em Agronegócio, para o Agro em Dia

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