Operação “Feira Virtual” identificou caçadores e influenciadores que divulgavam vídeos de caça e vendiam fauna silvestre em redes sociais no Acre.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou R$ 430 mil em multas durante a Operação Feira Virtual, deflagrada no município de Brasileia (AC). A ação, que integra o Plano Nacional de Proteção Ambiental (Pnapa/2025), teve como objetivo combater crimes de caça, tráfico e maus-tratos a animais silvestres cometidos e divulgados nas redes sociais.

De acordo com o Ibama, a operação foi resultado de um trabalho de inteligência digital que monitorou grupos e perfis usados para exibir vídeos de caça e comercializar espécies da fauna amazônica. O levantamento permitiu identificar influenciadores e caçadores que promoviam rifas, torneios e a venda ilegal de animais, inclusive dentro de unidades de conservação.

Com o apoio da Polícia Federal, os fiscais realizaram buscas e apreensões nas residências dos envolvidos, recolhendo celulares, câmeras e outros equipamentos utilizados para registrar e divulgar os crimes. Entre as infrações constatadas estão morte e captura de animais sem autorização, maus-tratos e uso indevido de imagens de fauna em cativeiro. Uma das apreensões ocorreu dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, onde foi encontrada uma câmera trap instalada irregularmente para filmar animais silvestres.

Espécies como paca, cateto, tatu, cutia, jacaré-açu e diversas aves estavam entre as mais visadas pelos caçadores. Os vídeos divulgados mostravam métodos de caça predatória e armadilhas proibidas, o que ampliou o impacto sobre o ecossistema local. Além da repressão, o Ibama também promoveu ações educativas junto à comunidade, destacando a importância da preservação da fauna e as penalidades legais para quem pratica ou incentiva esses crimes ambientais.