Durante o 4º Simpósio de Ciências Ambientais da Amazônia Sul Ocidental, promovido pela Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO) e realizado na Universidade Federal do Acre (Ufac), campus de Cruzeiro do Sul, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) apresentou um curso inovador sobre a aplicação da Inteligência Artificial (IA) na indicação de espécies florestais.
O evento reuniu pesquisadores de todo o Brasil, técnicos ambientais, povos indígenas, estudantes e profissionais de diversas áreas ligadas ao meio ambiente. Com o tema “Amazônia Rumo à COP30: Economias dos Povos da Floresta e Outros Enfrentamentos à Emergência Climática”, o simpósio debateu soluções para os desafios ambientais enfrentados pela região amazônica.
O pesquisador Alexsandro Goés, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de Brasília, participou do evento e destacou a relevância da proposta. “Estar no Acre é uma oportunidade para estreitar relações e reunir informações importantes para minha pesquisa de doutorado, que trata da relação entre economia e meio ambiente. E abordagem do Idaf sobre o uso da IA na florestania é um passo significativo na preservação da natureza”, afirmou.
A apresentação do Idaf destacou o desenvolvimento de algoritmos próprios voltados à identificação rápida e precisa de pragas e doenças em culturas agrícolas como citrus, cacau, cupuaçu, banana e soja. O uso da IA torna a análise mais eficiente, fortalecendo as cadeias produtivas, aumentando a segurança fitossanitária e protegendo o patrimônio agrícola acreano.

Além do diagnóstico, os sistemas baseados em inteligência artificial também são utilizados para recomendar espécies florestais adaptadas a diferentes condições ambientais, apoiando ações de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. A tecnologia permite maior assertividade nas decisões técnicas e contribui para a eficiência no campo.
A iniciativa conta com o apoio de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que oferece respaldo científico e tecnológico ao projeto, além de agregar credibilidade à aplicação das soluções propostas.

Para Érica Mendonça, engenheira florestal do Idaf, a inovação tecnológica é essencial para o futuro da agricultura no estado. “A inteligência artificial é fundamental para integrar conhecimento científico, saber tradicional, sustentabilidade e inovação. Estamos dando um salto importante rumo a uma agricultura mais segura e inteligente”, destacou.