O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) publicou nesta terça-feira, 12, no Diário Oficial do Estado, a Portaria nº 389/2025, que define medidas fitossanitárias para prevenir e controlar a ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) em todo o estado.
A norma segue as diretrizes do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e estabelece procedimentos obrigatórios para os produtores, como o cumprimento do vazio sanitário, o calendário de semeadura, o cadastro anual das propriedades e ações de monitoramento e combate à praga.
Para a safra 2025/2026, o vazio sanitário no Acre será de 22 de junho a 20 de setembro, período em que não será permitida a presença de plantas vivas de soja no campo, incluindo as chamadas “tigueras” ou plantas voluntárias. Já o calendário de semeadura vai de 21 de setembro de 2025 a 8 de janeiro de 2026, sendo que o plantio fora desse período só poderá ocorrer mediante autorização excepcional do Idaf.
A portaria também proíbe o cultivo sucessivo de soja, ou seja, o plantio da cultura em sequência na mesma área e no mesmo ano agrícola, como forma de reduzir o risco de disseminação do fungo e evitar resistência a fungicidas. O uso de defensivos deve seguir orientação técnica, com alternância entre diferentes grupos químicos para garantir a eficácia do controle.
Outro ponto estabelecido é a obrigatoriedade do cadastro anual das propriedades e unidades de produção de soja, seguindo prazos e procedimentos definidos pelo Idaf. Além disso, qualquer ocorrência da ferrugem asiática deve ser comunicada imediatamente ao órgão, sob pena de sanções previstas em leis estaduais e federais.
O que é a ferrugem asiática
A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e é considerada uma das doenças mais preocupantes para a sojicultura. Seu principal dano é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos e reduz a produtividade. A gravidade depende do momento da infecção e das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação, podendo causar perdas de até 70% da produção.
A doença foi registrada pela primeira vez no Brasil em 2001 e, devido à facilidade de dispersão dos esporos pelo vento, já está presente em praticamente todas as regiões produtoras de soja do país.