A estratégia de desenvolvimento do Estado do Acre pelo Governador Francisco Wanderley Dantas anos 70, do século passado, foi atraindo fazendeiros do Sul do país para investir no Acre. O saudoso governador dizia nos anúncios de publicidade: “Produzir no Acre, Investir no Acre e Exportar pelo Oceano Pacífico”.
Para convencer os investidores do Sul do país Dantas dizia: “O Acre é um Nordeste sem seca e um Sul sem geada”. Funcionou. O que existe de agronegócio no Estado do Acre é fruto dessa política pública posta em prática pelo saudoso político acreano.
O Acre agora, sob a administração do Governador Gladson Cameli vive uma realidade promissora. O jovem Governador também fez opção pelo agronegócio. Tem motivado empresários do agronegócio de outras regiões do país a investirem no Estado do Acre.
Eu sou um entusiasta dessa nova etapa da história do Estado do Acre. Acredito que essa política do Governador Gladson Cameli vai dar certo. Em que pese ter enfrentado uma pandemia durante quase todo o seu governo, manteve a governabilidade. É tanto que obteve um novo mandato, obtendo uma votação consagradora.
Pois bem. Agora eu acho que os investidores a serem atraídos para o Estado do Acre devem ser da região com a qual o Estado tem uma profunda identificação cultural: o Nordeste brasileiro. O Acre foi colonizado por bravos nordestinos. Especialmente em dois graves momentos: a seca de 1877 e a Segunda Guerra Mundial.
Pela gratidão que o Acre tem com o Nordeste, poderíamos agora convocar os Nordestinos a investirem no Acre. É a última fronteira agrícola do país. Aí se produz a melhor carne bovina.
Os nordestinos agora não seriam convocados para serem meros extratores de seringa, como foram no passado, mas para serem investidores na agricultura. Criar gado nas terras férteis do Acre.
É possível? É sim. O primeiro passo seria promover uma melhor integração do Acre com o Nordeste por meio aéreo. Sugere-se um vôo direto da cidade do Recife para a capital acreana. A empresa Azul cogita de fazer vôos diretos da capital pernambucana para todas as capitais do Brasil, menos para o Acre.
As autoridades poderiam se articular no sentido de que o Acre também fosse contemplado com esse ambicioso projeto. Se justifica? Sem dúvida!
Todos os vôos do Nordeste em direção ao Perú, sobretudo de turistas que visitam Machu Picchu, obrigatoriamente devem ir primeiro à cidade de São Paulo. Um vôo direto de Recife a Capital Acreana seria mais atraente para os turistas nordestinos. Estes poderiam ir ao sítio histórico Peruano por terra, saindo do Acre. Conheceriam a Selva (Amazônica Brasileira e Peruana), a Serra (Alpes Peruano), e a Costa (Oceano Pacífico).
O Nordeste ganharia também com esse fluxo de passageiros do Nordeste para o Perú, passando pelo Acre. Os turistas que fazem turismo histórico no Perú poderiam fazer turismo nas praias nordestinas, passando pela Selva acreana.
Essa semana, no escopo de promover essa integração do Nordeste, especialmente o Sertão do Pajéu com o Acre – estou em férias nessa belíssima Região do Vale do Pajéu – estive visitando uma fábrica de ração animal no município de Itapetim, terra dos meus ancestrais pelo lado paterno (Família Leite).
Saí de Tuparetama (PE) acompanhado do meu cunhado Marcos Pessoa e do produtor rural José Renato Lins de Farias para o município acima referido – dista nove quilômetros da sede – com o objetivo de conhecer a “INA ITAPETIM NUTRIÇÃO ANIMAL”.
Fiz-me acompanhar de José Renato Lins de Farias por ser um pioneiro na criação de gado confinado na cidade de Tuparetama, e que já conhecia a INA ITAPETIM NUTRIÇÃO ANIMAL”, bem como os empresários pioneiros fundadores da empresa: Jozenilton Lopes Gomes e Francisco Jailton Lopes Neto.
Fui recebido por Jozenilton Lopes Gomes, que me mostrou a fábrica de ração animal e a criação de gado confinado, atividade que realize com seu genitor. Algo muito simples que pode ser feito por uma única pessoa de quem não se requer conhecimento técnico.
Jozenilton Lopes Gomes me explicou que a engorda de 40 (quarenta) cabeças de gado, de forma integralmente confinada, permite uma renda satisfatória para manutenção de uma propriedade e de uma família.
A visita para mim foi muito importante! Era exatamente o que eu buscava. Uma atividade agrícola que desse para manter os custos de uma pequena propriedade de família aqui no Sertão do Pajeú.
Com o empresário falei das oportunidades de negócio no Estado do Acre, principalmente para ele que fundou uma empresa de extrema utilidade para uma região que, com freqüência, enfrenta o problema da seca. Um pioneiro!
Criar gado confinado pode ser uma boa alternativa para gerar emprego e renda no Sertão do Pajeú, uma região de poucas oportunidades!