‘Jogos de azar não são bem-vindos no Brasil’, diz Bolsonaro sobre legalização

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem, segunda-feira (17), que jogos de azar “não são bem-vindos no Brasil”. O presidente voltou a sinalizar que deve vetar o projeto, caso seja aprovado pelo Congresso. Em dezembro, a Câmara dos Deputados aprovou um requerimento de urgência para a tramitação da proposta que legaliza os jogos de azar.

No Parlamento, foi aprovado o regime de urgência desse projeto com trezentos e poucos votos. Então é um sinalizador, se eu vetar aqui, como falei que já vetaria, o veto seria derrubado lá, mas é uma briga interna no Parlamento… A minha posição como chefe do Executivo é que os jogos de azar, no meu entender, não são bem-vindos no Brasil. É uma porteira que se abre e a gente não sabe o que pode passar depois“, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Viva FM, do Espírito Santo.

O projeto de lei 442/1991, que cria o Marco Regulatório dos Jogos, permite a reabertura de cassinos, a legalização dos bingos, jogo do bicho e outras modalidades. O deputado Felipe Carreras (PSB-PE) será o relator da matéria. A bancada evangélica é contra a aprovação da proposta. Em 2020, a ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, chamou a legalização dos jogos de “pacto com o diabo”. Já o atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), é autor de um projeto que também prevê a legalização dos jogos no Brasil, e que está em tramitação no Senado.

A redação do Diário do Acre conversou com o advogado Paulo Fernando, de Brasília, sobre o tema: “o jogo nunca vem sozinho, o jogo sempre vem mal acompanhado e o que está por trás do jogo é a corrupção, a lavagem de dinheiro, o caixa dois das campanhas eleitorais, a agiotagem, o endividamento das famílias, a exploração sexual, prostituição, drogas, alcoolismo e muitas vezes até suicídio. Acreditamos que a legalização da jogatina no Brasil não seja a solução dos problemas que devemos enfrentar”. Paulo Fernando também é membro do Movimento Brasil sem Azar.

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