Nas três gestões do petista à frente do Palácio do Planalto, nunca Lula atingiu esse baixo nível de aceitação popular; a cada levantamento divulgado pelos diversos institutos de pesquisa, há uma queda ainda maior.
Lula procurou sarna para se coçar. E encontrou. Como dizem no interior: macaco que muito pula quer chumbo. Gastou, gastou até ultrapassar todos os limites permitidos e desejáveis. Para cobrir essa gastança, entrou de cabeça com a sanha arrecadatória. Essa equação gasto/arrecadação é um dos motivos para a sua baixa popularidade. O governo se tornou tão impopular que bateu seus próprios recordes históricos. Nas três gestões do petista à frente do Palácio do Planalto, nunca Lula atingiu esse baixo nível de aceitação popular.
Resultado negativo nas pesquisas
A cada levantamento divulgado pelos diversos institutos de pesquisa, há uma queda ainda maior que a vivenciada nas anteriores. Quando parece que chegou ao fundo do poço, eis que surge mais uma fresta que atrapalha de maneira mais acentuada os planos de Sidônio Palmeira em reverter a situação desesperadora.
As últimas tentativas do Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social foram as de colocar Lula no palanque. Afinal, pensou o responsável pela pasta que tem por incumbência cuidar da imagem do presidente, o homem é bom de microfone. A vida inteira conquistou o coração do eleitorado na base dos discursos ora eloquentes, ora debochados e irônicos.
O improviso perdeu o encanto
Noves fora nada, foi fácil deduzir que seria o caminho mais simples, rápido e eficiente de jogar para cima a curva que teima em caminhar ladeira abaixo. Só que não está dando certo. Os improvisos do chefe do Executivo parecem ter perdido o encanto. Praticamente em todas as vezes que vai para o microfone, por um desses fenômenos inexplicáveis, sai uma mensagem enviesada que prejudica ainda mais a figura de Lula.
Falta planos consistentes
Na verdade, os discursos malfeitos são só um detalhe, pois não há retórica, por mais bem elaborada que seja, que funcione sem um bom conteúdo. Como o governo não possui planos concretos para colocar o país nos trilhos, o que disser é visto como palavras sem respaldo que as sustentem.
Para piorar, e muito, o Executivo não consegue se entender com o Legislativo. Lula perdeu a interlocução com o Parlamento. Seus projetos, além de frágeis e inconsistentes, não convencem Suas Excelências a embarcar nessa canoa furada.
São derrotas atrás de derrotas, demonstrando que a articulação do governo não conta nem com o amparo dos políticos que compõem sua base aliada.
A história do IOF é desastrosa
Uma prova desse desacerto foi a surra que o decreto para elevação do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) levou com votação estrondosa. A desculpa de que o objetivo era regulatório não colou, pois todos sabem que no fundo o que o governo pretendia era mesmo aumentar a arrecadação. Sem ter como agir para fazer frente aos gastos incontroláveis, restou a Lula uma saída ainda pior: recorrer ao Judiciário.
Pode até conseguir derrubar no STF (Supremo Tribunal Federal) a decisão do Parlamento, mas o custo dessa aventura será alto demais. Não nos esqueçamos de que o presidente já está em campanha aberta para tentar a reeleição. Essa atitude, com certeza, vai corroer ainda mais sua imagem e poderá tirar de vez suas chances de concorrer ao quarto mandato.
Sem saídas
Esse é o dilema perfeito: se não aumentar os impostos, não tem como pagar as contas. Se aumentar, pode tornar ainda mais elevada sua estratosférica impopularidade. Se ficar o bicho pega, se correr, o bicho come. Dá para imaginar a situação de Sidônio. Não tem para onde fugir. E é sua responsabilidade melhorar o desempenho de Lula nas pesquisas.
Como sua estratégia de pôr Lula para falar não deu certo, o que mais poderia ser tirado da cartola? Não há planos para anunciar. Não há dinheiro para implementar um pacote de bondades que poderia receber aplausos da população. Ao contrário, sem verba, talvez tenha de cortar em áreas extremamente sensíveis, como saúde e educação.
Não faz agora, falta amanhã
Sem falar na infraestrutura, que, não aparecendo tanto agora aos olhos dos eleitores, fará muita falta no futuro. Como a situação é emergencial, quase de desespero, dá para deduzir o resultado das reuniões para o controle de crise: vamos fazer o que dá neste instante e, lá na frente, se der, consertamos o estrago.
Governar um país não é fácil. Com essas turbulências tarifárias provocadas pelos Estados Unidos e mais as inconsequentes medidas tomadas até aqui, nem plantando bananeira e fazendo sapateado dá para consertar. Tomara que surja uma luz com soluções para essa crise. Seria bom para todos nós brasileiros. O governo está encurralado entre dois fantasmas que assombram qualquer gestão: perder a governabilidade e perder a popularidade. E, convenhamos, quando esses dois fantasmas andam juntos, o final nunca é feliz. Siga pelo Instagram: @polito