O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu, nesta quinta-feira (08), expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matus. A ação é uma resposta à expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua, Breno de Souza Brasil Dias da Costa, pelo governo de Daniel Ortega.
A expulsão do diplomata brasileiro ocorreu após ele não comparecer à celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista, em 19 de julho. Em razão disso, Ortega deu um prazo de 15 dias para o embaixador brasileiro deixar o país.
A relação entre Lula e Ortega, antes amistosa, se deteriorou nos últimos meses devido às críticas do presidente brasileiro às medidas autoritárias do regime nicaraguense.
Durante uma entrevista a jornalistas estrangeiros em Manágua, em 22 de julho, Lula revelou que Ortega não atendia suas ligações desde junho do ano anterior. Ele também mencionou que o papa Francisco pediu sua intercessão na prisão do bispo de Matagalpa, monsenhor Rolando Álvarez, condenado a 26 anos de prisão por “traição contra o país”. Desde janeiro deste ano, o bispo está exilado em Roma, na Itália.
“Falei com o papa e ele me pediu para falar com Ortega sobre um bispo que estava preso”, disse Lula em viagem à Itália. “Ortega não atendeu o telefone e não quis falar comigo. Então, nunca mais falei com ele”, declarou Lula, lamentando o ocorrido. Ele afirmou ainda ser “favorável à alternância no poder”.
