A popularidade de Lula vem derretendo por uma combinação de fatores. Busca desenfreada pelo aumento de impostos. Criminalidade em alta e sem plano de controle efetivo. Inflação de alimentos que faz as pessoas voltarem para casa depois do supermercado com o carrinho cada vez mais vazio. Juros que teimam em permanecer nos patamares mais elevados do mundo.
Mesmo que esses exemplos já fossem suficientes para explicar a queda de popularidade, a lista continua. Falta de articulação política com o Congresso. Denúncias frequentes de corrupção. Sucessivos escândalos, como o roubo dos velhinhos nos descontos do INSS. Viagens do casal Lula/Janja dispendiosas e mal explicadas. Desgaste internacional provocado pelas declarações polêmicas sobre os conflitos entre Israel/Palestina e Rússia/Ucrânia.
Desgraça pouca é besteira
Há muito mais que poderia ser acrescentado a essa relação, mas essas informações já fazem pensar como o resultado das pesquisas, mesmo sendo o pior já registrado por Lula em seus três mandatos, não tenha sido ainda mais negativo. Para o governo “apagar esses incêndios” precisaria atuar com um plano agressivo em todas as frentes.
Vale a pena citar os números da mais recente pesquisa divulgada pela CNT/MDA. Os governistas se esforçam para demonstrar otimismo pela oscilação positiva dentro da margem de erro, mas quem pode comemorar avaliação negativa de 40,4%? E para chegar mais próximo da realidade, seria possível, com boa vontade, pegar os 29,6% que consideram o governo regular e dividir por dois. Assim, a reprovação ultrapassaria os 55%. Comemorar o quê?!
Não há planos consistentes
Para desconsolo da gestão atual, não há plano eficiente. Na verdade, tudo indica que nem plano existe. É um tal de bate-cabeça com decisões desencontradas que fazem a população ficar cada vez mais desanimada e desesperançosa. Como alguém pode confiar no planejamento governamental com essas idas e vindas, sem nenhum critério, para cobrança do IOF?
E aquela história do Pix, que, pelas informações desencontradas, ainda que o governo jurasse de pés juntos que nunca cobraria imposto nessas operações, deixou a população apavorada? E quanto mais diziam que nada seria taxado, mais as pessoas ficavam desconfiadas. Esses fatos ficam no passado, mas são pecadilhos que se somam no imaginário popular.
Até fogo amigo
Quando Lula olha para o horizonte, vê uma tempestade perfeita. Não há perspectivas animadoras. O presidente parece desanimado e sem gana para articular com os “300 picaretas”. Mesmo os partidos que conseguiram uma boquinha na máquina governamental não têm escrúpulos em agir como fogo amigo.
Sem base confiável de sustentação, o governo não aprova seus frágeis e inconsistentes projetos e vê os vetos serem derrubados como se fossem pinos de boliche pelo Congresso. Por isso, as pesquisas mostram os piores resultados que Lula já experimentou.
Gafes nos improvisos
Sidônio Palmeira deve estar sem dormir tentando encontrar saídas. Achou que, na base dos discursos, Lula voltaria a encantar o eleitorado. Deve ter concluído que estava equivocado. O presidente foi um excelente orador. Até seus adversários mais ferrenhos reconheciam. Hoje, principalmente quando fala de improviso, até seus seguidores mais fiéis sabem que o risco de cometer gafes em seus pronunciamentos é quase de dez para dez.
Se os discursos não resolvem. Se não há planos para recolocar o país nos trilhos. Se o Congresso está avesso aos seus projetos. Se suas preferências na política internacional vão de encontro com as aspirações da maioria dos brasileiros. Se a população está desacorçoada com esses dois anos e meio de governo. Não há muito a fazer.
Só um milagre
Só resta rezar e esperar por um milagre, pois em política tudo é possível. Quem poderia supor que o petista sairia da prisão para assumir a Presidência pela terceira vez? Vale aqui o velho ditado interiorano: ovo apenas depois de botado.
Alguns defensores do governo argumentam que há programas sociais consistentes em curso, como a ampliação do Bolsa Família, a distribuição gratuita de gás de cozinha e a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Essas iniciativas, segundo seus proponentes, poderiam melhorar a qualidade de vida da população mais vulnerável e estimular a economia interna.
Entretanto, na prática, esses programas têm se mostrado mais eleitoreiros do que estruturantes. Não há cortes significativos de gastos para sustentá-los. Ao contrário, o governo recorre a aumentos de impostos, agravando um dos maiores entraves ao crescimento do país.
A tão prometida isenção do IR, por exemplo, ficou apenas no discurso: não há fonte de compensação clara e a conta simplesmente não fecha. Com arrecadações recordes, os números continuam negativos e a confiança da população segue em queda. Para mudar esse quadro, só se Sidônio tivesse auréola. Siga pelo Instagram: @polito.