Caso saia vitorioso nas eleições de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, vai sugerir em seu programa de governo acabar com o projeto das escolas cívico-militares, segundo informações do Metrópoles.
A militarização das escolas é uma bandeira do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e alcançou 216 colégios públicos em 25 estados, desde 2019.
“O projeto das escolas cívico-militares fracassou”, disse a deputada estadual de Pernambuco Teresa Leitão, responsável pela área de educação no PT, ao colunista Guilher Amado. “O PT é contra esse projeto e com certeza não vai bancá-lo. Quem quer botar um filho ou filha em escola militar pode fazer isso com os colégios militares. O espaço físico das escolas públicas não pode ser ocupado por autoridades militares”, disse.
Além disso, segundo Leitão, uma das propostas é excluir a educação do teto de gastos (Emenda Constitucional 95). A inspiração é, segundo integrantes do grupo, no pensamento de Paulo Freire, filósofo da educação.
Ainda de acordo com a petista, o programa o petista vem sendo pensado pelo Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas (Napp), formado no âmbito da Fundação Perseu Abramo, instituição formuladora de políticas do PT. Auxiliares de Lula ainda avaliam a necessidade de revogação do Novo Ensino Médio, que prevê mudanças curriculares e, na avaliação de formuladores, aponta para uma visão mais restrita da formação.
No início deste ano, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação de 89 novas escolas cívico-militares neste ano. Pelas redes sociais, o presidente disse: “O Brasil terá mais 89 escolas cívico-militares em 2022. O Ministério da Educação já divulgou a relação de municípios contemplados em cada unidade federativa. Com essas novas escolas, ao fim deste ano o país já terá o novo modelo implementado em 216 unidades educacionais”.