Em editorial publicado neste domingo, 16, o jornal O Estado de S. Paulo analisou o resultado da pesquisa Datafolha, da última sexta-feira, 14, sobre a impopularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O veículo de comunicação concluiu que deve restar “fazer o diabo” para o lulopetismo vencer a próxima eleição.
Conforme o levantamento do Datafolha, 41% dos brasileiros o avaliam negativamente, enquanto apenas 24% o veem de forma positiva. Em apenas dois meses, foram 11 pontos de queda. Trata-se de um tombo inédito, quando comparados os três mandatos do petista.
“A base que elegeu Lula em 2022 está frustrada e descontente”, escreveu o Estadão. “A franja da base, isto é, setores que compunham a chamada frente ampla (liberais sociais, progressistas moderados, empreendedores individuais, eleitores não petistas que votaram nele por rejeitar o bolsonarismo), já demonstra insatisfação há meses.”
Diante de promessas de campanha não cumpridas, como a de o povo voltar a comer picanha e tomar cerveja, resta ao lulopetismo encontrar culpados externos, afirma a publicação. “O governo recorre às fake news, à especulação do mercado financeiro, a Donald Trump, à imprensa.”
Estadão avalia o plano de Lula e PT
No texto, o Estadão afirma que o governo Lula 3 encara os problemas da mesma forma dos outros dois mandatos.
“O elixir lulopetista segue a prescrição do passado, com a conjugação de programas sociais, benefícios de transferência de renda (atualizados sob a forma do Pé-de-Meia, por exemplo), dirigismo na economia, nenhuma atenção a microrreformas que favoreçam o mundo empreendedor e altíssima atenção à militância esquerdista”, avalia o jornal.
Com todo esse cenário, o Estadão conclui que a saída para as eleições 2026 deve ter base em uma famosa fala da ex-presidente petista Dilma Rousseff: em eleição, “a gente [PT] faz o diabo”.
“É onde mora o perigo”, conclui a publicação. “Consta que uma ala do PT já pede uma guinada à esquerda — como se o atual governo, perdulário e estatista, já não estivesse suficientemente lá. Mas é claro que, sendo vermelho o diabo, sempre é possível ir além.”