A governadora em exercício, Mailza Assis, prestigiou nesta sexta-feira, 10, a grande final do 3º Concurso de Qualidade do Café Robusta Amazônico do Acre, o Qualicafé, realizada no Afa Jardim, em Rio Branco. O evento consagrou o produtor José Sebastião de Oliveira, de Xapuri, como vencedor, com nota 89,5 e premiação de R$ 55 mil.

Durante a cerimônia, Mailza anunciou um investimento de R$ 8 milhões para a compra de mudas de café, reforçando o compromisso do governo com o fortalecimento da agricultura familiar e a expansão da cafeicultura no estado.

“Por determinação do nosso governador Gladson Camelí, estamos anunciando R$ 8 milhões para aquisição de mudas, garantindo lavouras ainda mais produtivas e de qualidade. Esse é o nosso trabalho, investir no produtor, acreditar no potencial do Acre e promover desenvolvimento com sustentabilidade”, afirmou Mailza.

O Qualicafé, promovido pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), em parceria com o Sebrae, tem se consolidado como uma das principais vitrines da cafeicultura amazônica.

Nesta edição, 48 produtores de 13 municípios participaram do concurso, que avaliou critérios técnicos e sensoriais, reconhecendo os cafés de maior qualidade produzidos no estado. Os 15 produtores mais bem pontuados representarão o Acre na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG), com despesas custeadas pelo governo, ampliando a visibilidade do produto acreano no cenário nacional e internacional.

Prosperidade no campo

Durante discurso, Mailza destacou o salto de qualidade e a importância social e econômica da produção de café no Acre. “Quem diria que em tão pouco tempo teríamos concurso, indústria de beneficiamento e tantos hectares de café plantado de forma organizada. Essa é a prova de que o Acre tem vocação para a economia sustentável e que é possível gerar renda e oportunidades sem desmatar, com o pequeno produtor e a agricultura familiar no centro do desenvolvimento”, afirmou.

O secretário de Agricultura, Luís Tchê, ressaltou que o café é hoje símbolo da nova fase do agronegócio acreano. “A gente precisa destacar, que antes de 2000 o que o Acre mais exportava era madeira e castanha. Então o nosso governo, governo Gladson e governo Mailza, deram a possibilidade e entenderam que a nossa terra é fértil, que o nosso estado é um celeiro da agricultura. E nos deram as condições de poder planejar, organizar e trabalhar e o resultado vem”, disse.

Ele também destacou as exportações do estado. “As nossas exportações hoje são de carne, soja, porco, milho, café,  castanha, borracha e nós continuamos. Se existe exportação é porque teve um governo que não atrapalhou o produtor, deixou o produtor trabalhar. Não é só ir lá plantar. É ir lá orientar o nosso produtor de como que ele tem que fazer colheita, pós-colheita, a capacitação que a gente vem fazendo. E esse governo tem dado essa contribuição, e eu não posso esquecer junto com o Sebrae, que é um grande parceiro que tem nos ajudado muito”, destacou.

Parcerias

O evento contou ainda com a presença da diretora de Sustentabilidade da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida, que anunciou novas ações do governo federal para o setor, como a implantação de indústrias de beneficiamento de café em Mâncio Lima, Acrelândia e Capixaba, e a formação de baristas e técnicos em análise de solo em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac).

Representando o Sebrae, Vandré Prado destacou que a cafeicultura é uma das cadeias produtivas mais promissoras do estado. “O café traz desenvolvimento sustentável, inclusão de pequenos produtores e oportunidade para o empreendedorismo feminino. É uma cultura que gera renda, fortalece a economia local e projeta o Acre no cenário nacional”, disse.

O prefeito de Rio Branco e presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac), Tião Bocalom, ressaltou a importância do café como uma nova alternativa para o produtor rural. “Eu sempre acreditei no café. Fico feliz em ver o Acre retomando essa cultura, que é uma grande alternativa para o agricultor familiar. O café gera renda, preserva o meio ambiente e garante qualidade de vida. Parabéns ao governo e aos produtores por esse trabalho que está transformando a nossa agricultura”, destacou o prefeito.

Xapuri celebra primeiro lugar e o avanço da cafeicultura

Representando o município campeão, o prefeito de Xapuri, Maxsuel Maia, comemorou o reconhecimento nacional da produção local e agradeceu o apoio do governo.

“Muita emoção, o coração estava ali pra sair pela boca. Fico muito feliz pela participação e pela potência que o Alto Acre mostrou ser na produção de café. Isso aqui é muito representativo, esse prêmio pra Xapuri, porque a cultura de café começou na nossa cidade tem pouquíssimo tempo. E nesse pouquíssimo tempo a gente já conseguiu ganhar esse prêmio. Moramos em Xapuri, na cidade de Chico Mendes, o berço da florestania, mas também há espaço pra agricultura, também há espaço pra produção. É perfeitamente possível que o desenvolvimento e a preservação caminhem juntos, e é nisso que a gente acredita”, disse o prefeito.

Primeiro lugar no concurso, o produtor José Sebastião de Oliveira, de Xapuri, se emocionou ao falar sobre sua trajetória e a importância do reconhecimento.

“A gente trabalha pra isso e entrega nas mãos de Deus. Sempre procuramos fazer o melhor, e hoje estou muito honrado. Essa conquista é da minha família, da minha esposa e dos meus filhos, que estudam fora e são o nosso orgulho. Tudo que temos vem da agricultura familiar, é o sustento que tira da terra o que precisamos pra viver e pra dar estudo aos nossos filhos. Graças a Deus, Ele deu essa oportunidade pra gente.  Estamos aí, eu incentivo a todos que estiver plantando, não é fácil, mas se a pessoa tiver a persistência e fizer tudo com amor, ele vai conseguir”, declarou emocionado.

O provador de cafés e juiz técnico do concurso, Janderson Dazalen, que já participou de competições nacionais e internacionais, elogiou a qualidade das amostras acreanas e afirmou que o estado tem potencial para se tornar referência no país.

“Eu já provei cafés de vários estados e posso afirmar: o Acre surpreendeu. O nível de qualidade é altíssimo. Todos os cafés finalistas são especiais, e muitos poderiam concorrer em concursos nacionais. O trabalho dos produtores e das equipes técnicas é fantástico. O Acre tem tudo para produzir um dos melhores cafés do Brasil”, afirmou Dazalen.

Lista dos vencedores do 3º QualiCafé

1º – José Sebastião de Oliveira (Xapuri) – nota 89,5 – R$ 55 mil

2º – Valderi da Silva Cunha (Assis Brasil) – nota 88,3 – R$ 29 mil

3º – Raimundo do Nascimento Silva (Acrelândia) – nota 86,8 – R$ 14,1 mil

4º – Francisco das Chagas Cardoso (Assis Brasil) – nota 86,6 – R$ 14 mil

5º – Daniel de Souza da Silva (Porto Acre) – nota 86,3 – R$ 10 mil

6º – Vanderlei de Lara (Acrelândia) – nota 86,18 – R$ 8 mil

7º – Lucas Silva dos Santos (Brasiléia) – nota 86,12 – R$ 7 mil

8º – Elisangela Barbosa da Silva (Brasiléia) – nota 85,7 – R$ 5,1 mil

9º – Gabriele de Freitas Tavares (Rio Branco) – nota 85,6 – R$ 5 mil

10º – Maria do Socorro Pontes (Porto Acre) – nota 84,5 – R$ 1 mil

9º -Luiz Ferreira das Chagas (Cruzeiro do Sul) – nota 83,93

12º Marcos Araújo Lima (Cruzeiro do Sul) – nota 83,91

13º Francisco Romoaldo da Silva (Mâncio Lima) – nota 83,8

14º Felipe de Lara Caffer (Acrelândia) –  nota 83,56

15º Patrick Souza da Silva (Porto Acre) – nota 83,51