Mais da metade das menções ao agronegócio em livros didáticos brasileiros são negativas e 90% delas provêm das próprias fontes autorais – e não baseadas em pesquisas científicas. É o que aponta pesquisa da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), divulgada durante a Agrishow, feira que termina nesta sexta-feira (5) em Ribeirão Preto (SP). De acordo com o levantamento, que analisou 9 mil páginas de livros das dez principais editoras fornecedoras do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), o agronegócio tem conotação negativa em 60% das vezes em que foi mencionado, ou seja, em 746 das 1218 inserções avaliadas.
A pesquisa foi um dos destaques da programação do movimento De Olho no Material Escolar. Organizado por produtoras rurais, o grupo defende a valorização do agro na educação infantil e de adolescentes a partir da divulgação de informações embasadas na ciência. A ação na Agrishow ocorreu por meio do projeto Vivenciando na Prática, que conduziu em torno de 3 mil crianças do Ensino Fundamental da região até a exposição. “Eles (os alunos) estão experimentando como funciona uma máquina agrícola, como é um pulverizador, uma plantadeira, como funciona um tronco eletrônico na pecuária. Estão podendo vivenciar toda essa tecnologia que nós temos, hoje, no agronegócio brasileiro”, comenta a produtora Ana Nery Terra Souza, diretora administrativa do De Olho no Material Escolar.
“A gente viu sobre como é feito o plantio, como funcionam as máquinas e o resultado do trabalho de quem não cuida e de quem cuida da fazenda. Deu para ver a diferença. Eu não costumo ver nada sobre agricultura e pecuária na escola. É a primeira vez que entram nesse assunto na sala de aula”, comenta Anna Clara Rodrigues, de 14 anos, uma das alunas visitantes.
Da redação do Diário do Acre, com informações de Camila Pessôa, do Correio do Povo