Mais deputados, mais mordomias: bancada do Acre dá aval para inflar Congresso com dinheiro do pagador de impostos

Enquanto o brasileiro aperta o cinto para pagar a conta da inflação, dos impostos escorchantes e do Estado ineficiente, a maioria da bancada federal do Acre decidiu que é hora de engordar a máquina. Votaram a favor da proposta que aumenta de 513 para 531 o número de deputados na Câmara. Porque, claro, o que o Brasil mais precisa neste momento é de mais político, mais assessores, mais verba de gabinete, mais fundo eleitoral.

Antônia Lúcia, Eduardo Velloso, Meire Serafim, Socorro Neri, Zé Adriano e Zezinho Barbary disseram “sim” ao inchaço. Os únicos que resistiram foram Coronel Ulysses e Roberto Duarte.

A justificativa oficial é a de sempre: “crescimento populacional”, “proporcionalidade”, “democracia representativa”. Palavras bonitas para esconder o óbvio — um Congresso que legisla em causa própria, mesmo quando o país clama por reformas e seriedade.

O projeto, relatado pelo deputado Damião Feliciano, tenta disfarçar a manobra como técnica e obrigatória. Mas os números não mentem: segundo a própria Direção-Geral da Câmara, a conta vai sair em pelo menos R$ 64,6 milhões por ano. Um custo adicional para manter mais 18 cadeiras, cada uma acompanhada de gabinete, assessores, auxílios e mordomias.

E por que agora? Porque o Supremo Tribunal Federal impôs um prazo ao Congresso para redistribuir as cadeiras com base no Censo de 2022. Uma exigência legítima transformada em oportunidade política: ao invés de redistribuir, preferiram inflar o total de vagas — e evitar a dor de cabeça de cortar de quem tem demais.

Essa é a lógica do poder quando ele se acredita impune: em vez de cortar na carne, prefere ampliar a mesa do banquete. Quem paga? Você, que trabalha, produz, sustenta tudo — e assiste de longe, sem convite, ao festim dos que vivem do dinheiro dos outros.

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