Marcel van Hattem acusa esquerda de tentar afastar oposição da Câmara: “Isso é golpe”

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) classificou neste sábado (9) como um “golpe” as representações disciplinares apresentadas contra parlamentares que participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (6). Segundo ele, a medida é uma tentativa da esquerda de afastar integrantes da oposição da “arena política” a um ano e meio do fim da legislatura.

Van Hattem atribuiu ao líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), a articulação de um requerimento que pede a suspensão de seis meses do mandato de cinco deputados que obstruíram os trabalhos na Casa.

“O que na verdade a esquerda está buscando, Lindbergh Farias à frente, é, há um ano e meio do final do nosso mandato, nos tirar seis meses de exercício da representação do nosso eleitor. Isso é golpe. Isso é nos tirar da arena política”, afirmou o parlamentar em entrevista à Band News.

O pedido de Lindbergh, protocolado na quinta-feira (7), também contou com a assinatura de líderes do PSOL e do PSB.

Na sexta-feira (8), a Mesa Diretora da Câmara, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), que não integra a base da esquerda, encaminhou à Corregedoria novos requerimentos disciplinares contra 14 deputados — entre eles, Van Hattem, que está nas duas listas: a da esquerda e a da Mesa.

Críticas a Lula

O deputado do Novo também reagiu a uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita na sexta-feira (8), defendendo a cassação de todos os parlamentares que participaram das paralisações.

“O Lula dizer que todos os deputados que lá estavam deveriam ser caçados só mostra a sua disposição ditatorial de governar sozinho, só com quem ele quer, não com a oposição que tem feito o seu papel na Câmara dos Deputados e no Senado da República”, criticou.

Ocupação da cadeira da Presidência

Van Hattem foi um dos líderes da ocupação da Mesa Diretora na sessão de quarta-feira (6). Ele chegou a sentar na cadeira do presidente da Câmara e afirmou que Hugo Motta só retomaria o assento após negociar com a oposição.

No requerimento apresentado por Lindbergh Farias, o ato foi descrito como uma “tomada de assalto e sequestro da Cadeira da Presidência da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados”.

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