“Eu vejo com muita tristeza o que está acontecendo agora. Embora fosse previsível”. A fala é do senador Marcio Bittar (União Brasil), com quem conversei na tarde desta segunda-feira, 10. Interpelei o senador a respeito da grave crise que o setor agropecuário acreano vem enfrentando. Bloqueios suspenderam as atividades de madeireiras e propriedades rurais no Acre foram embargadas.
Marcio argumenta que essa dureza nas ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é uma grande diferença do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O governo passado compreendia de modo diferente. O governo passado sabia que a sobrevivência das pessoas da Amazônia depende de algum nível de exploração dos recursos naturais. O governo que assumiu, está mais preocupado em prestar conta para o que a Alemanha, Noruega e Estados Unidos acham da gente do que o próprio interesse de quase 25 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia”, disse.
O senador relata que a décadas diz que esse pacote de leis que foram sendo criadas no Brasil engessaram o desenvolvimento da Amazônia, o que culminou na criação de estados paralelos, terminologia divulgada pelo ex-ministro da defesa, Aldo Rebelo, se referindo a atuação das facções criminosas e de ONGs na região.
“Você tem um outro Estado paralelo, que são as facções criminosas, o narcotráfico, na divisa que nós temos ali com Bolívia, Peru, Colômbia, na Amazônia, que hoje emprega milhares de jovens que não tem alternativa, né? Nós não fomos capazes de criar alternativas para essa juventude, caso específico nosso do Acre. O outro estado paralelo é o das ONGS que habitam a Amazônia, que viviam de recursos nacionais e agora vão voltar a viver de recursos nacionais e de recursos internacionais e que defendem interesses completamente alheios aos nossos, mas que têm influência na mídia, em universidades, etc”, disse Marcio.
Relator do Código Florestal, Aldo Rebelo, foi convidado por Bittar para uma discussão sobre a Amazônia no Senado Federal: “O ministro Aldo Rebelo já está convidado. Foi aprovado na semana passada, mesmo antes de acontecer isso, foi aprovado a vinda dele. Ele é uma pessoa que eu admiro, tem uma trajetória muito corajosa, né? E quando foi fazer a discussão do código florestal brasileiro, ele se destacou e hoje ele fala pro Brasil e para o mundo inteiro”.
