Marina cancela visita ao Acre e deixa estado mais uma vez em segundo plano

Virou moda entre os ministros do governo Lula cancelar agendas no Acre, como se o estado fosse o incômodo da Amazônia que pode ser deixado de lado a qualquer momento. Primeiro, foi Carlos Fávaro, da Agricultura, agora é a vez de Marina Silva, a ministra “ambientalista” nascida justamente no Acre, que resolveu que o seu povo não merece a sua presença. Alegou, segundo o Planalto, o aumento das queimadas no país, o que ela ironicamente discutiria em Rio Branco.

A situação das queimadas é grave, sim, mas o que mais impressiona é a total falta de compromisso da ministra com a realidade acreana. A maioria dos focos de incêndio este ano migrou para o oeste da Amazônia, uma região que antes não tinha essa “cultura”, como se queimadas fossem um traço cultural e não crime. Pois é, 70% dos incêndios aconteceram em áreas de floresta densa, atravessando até as fronteiras. O que faz Marina? Corre do Acre, um dos estados mais afetados.

A ministra seria a principal convidada da solenidade de outorga do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Acre, marcada para esta terça-feira, 17. Pois é, seria. Ao que parece, solenidades acadêmicas não têm o mesmo peso que a sua nova missão de atacar o agronegócio e a propriedade privada. Depois de querer confiscar terras sob a alegação risível de que “autores de incêndios criminosos” merecem tal punição, Marina desdenha o próprio estado natal. Se antes havia alguma dúvida, agora está claro: ela não dá a mínima para o Acre.

Sobre o crime ambiental? Marina está correta em apontar o caráter criminoso desses incêndios. Mas em todo o resto, a ministra erra feio. Seus discursos não apagam a realidade da incompetência e do descaso. O Acre, como sempre, fica em segundo plano.

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