Com 21 dos 37 ministérios preenchidos, Lula (PT) deve anunciar os titulares das dezesseis pastas restantes até a próxima terça-feira, 27. Nos últimos dias, após negociações e reuniões intensas, o petista optou por Marina Silva (Rede) para o Ministério do Meio Ambiente, deixando em aberto o destino da senadora Simone Tebet (MDB). O senador pelo Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), foi outro nome confirmado neste fim de semana para a pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nome que repercutiu positivamente nos setores ligados ao agronegócio.
Algumas pastas devem continuar em poder do PT. O ministério das Comunicações tem como indicado o deputado Paulo Teixeira (PT), enquanto a Secretaria de Comunicação Social (Secom) deve ficar a cargo do deputado Paulo Pimenta (PT). O indicado de Lula para a Secretaria de Assuntos Estratégicos é o ex-chanceler Celso Amorim, também filiado ao PT. O Desenvolvimento Agrário está em disputa entre os petistas Valmir Assunção (BA) e Edegar Pretto (RS). A Petrobras também deve ser comandada por um petista: o senador Jean Paul Prates (RN), em fim de mandato.
Outra pasta que pode ser ocupada por um petista é a de Pesca e Aquicultura. Altemar Gregolin (PT) pode retornar ao posto que ocupou no segundo mandato de Lula, mas disputa a indicação com Fábio Bernardino, vice-presidente do Agir (antigo PTC) e aliado do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O Ministério do Esporte deve ficar com Ana Moser, ex-jogadora de vôlei e criadora do Instituto Esporte & Educação.
Repartida do bolo com o centrão
As outras pastas serão distribuídas entre os partidos aliados e os que devem compor a coalizão petista no Congresso Nacional. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) acertou as pastas de Transportes e Cidades. O senador eleito Renan Filho (MDB), herdeiro do senador Renan Calheiros (MDB), deve chefiar a pasta dos Transportes.
Já o Ministério das Cidades está em disputa entre os membros do MDB paraense. O deputado federal José Priante era o favorito, mas o cacique Jader Barbalho, senador e pai do governador Helder Barbalho, não estaria satisfeito e indicou o deputado Jader Filho. O racha pode ser a chance de Simone Tebet ocupar uma pasta. Sem o Desenvolvimento Social e o Meio Ambiente, foi oferecido o Ministério do Planejamento. Tebet não aceitou por divergir da linha econômica do PT. A solução, segundo informações, pode ser a pasta das Cidades.
O Partido Social Democrático (PSD) já conta com Carlos Fávaro na Agricultura. Ex-presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Fávaro tem a missão de reconstruir as pontes entre Lula e o agronegócio, setor que lucrou muito e apoiou a candidatura de Bolsonaro (PL). A legenda também espera a indicação de Alexandre Silveira (PSD) para o Ministério de Minas e Energia e do deputado Pedro Paulo (PSD) para o Ministério do Turismo.
O União Brasil deve ganhar o Ministério da Integração Nacional. O favorito para assumir a pasta é o deputado Elmar Nascimento (União Brasil), aliado do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), e relator da PEC do Rombo, aprovada na semana passada.
A federação PSol-Rede deve ganhar mais um ministério. Além de Marina Silva no Meio Ambiente, o grupo de esquerda pode ganhar ainda o Ministério dos Povos Indígenas. As favoritas são as deputadas Joênia Wapichana (Rede-RR) e Sônia Guajajara (PSol-SP). O partido Solidariedade espera ficar com o Ministério da Previdência Social. A favorita do PT é a deputada Marília Arraes, ex-petista, mas o partido tenta indicar Paulinho da Força para o cargo.
A única incógnita é o Ministério do Planejamento. A pasta foi recusada pela senadora Simone Tebet e pelo economista André Lara Resende, que alegou a dificuldade de voltar a morar em Brasília e o desprazer de negociar com os políticos do parlamento.
Da redação do Diário do Acre, com informações de Lucas dos Santos, do Dia a Dia Notícia