A agropecuária brasileira dá emprego a 19 milhões de pessoas, abastece o mercado interno e garante alimento para 1 bilhão de habitantes de mais de 100 países.
Há uma campanha nacional – apoiada por setores políticos e fora da política, mas autodeclarados progressistas – contra o progresso da agropecuária brasileira. Parece mentira, mas é verdade. E essa campanha tem cunho ideológico, porque os que a promovem são contra a economia de livre mercado.
O agro do Brasil é um dos maiores e mais importantes do mundo, com dados impressionantes em diversas áreas. Por exemplo: em 2024, o PIB do agro brasileiro alcançou R$ 2,50 trilhões, com uma participação de 21,8% no PIB do país. As exportações do agro chegaram a US$ 164,4 bilhões, representando 49% das exportações totais do Brasil. O agro dá emprego a 19 milhões de pessoas, o que significa quase 10% da população brasileira.
Detalhando, eis alguns desses números da agropecuária brasileira: PIB do Agro em 2024: R$ 2,50 trilhões, sendo R$ 1,74 trilhão no ramo agrícola e R$ 759,82 bilhões no ramo pecuário.
Participação no PIB do país: 21,8% em 2024.
Exportações em 2024: US$ 164,4 bilhões, o que representa o segundo maior valor da série histórica. Participação do agro nas exportações totais do Brasil: 49%.
Emprego total gerado pelo agro: 19 milhões de pessoas, das quais 9 milhões no setor primário. Principais produtos exportados: complexo soja, carnes, complexo suco-alcooleiro, produtos florestais, café e frutas.
Há mais: o agro brasileiro tem papel fundamental na segurança alimentar global. O Brasil é o maior exportador mundial de soja em grãos, café, suco de laranja e açúcar. O Estado de São Paulo tem uma participação significativa no PIB do agronegócio brasileiro, com R$ 609,7 bilhões em 2023, representando 23,6% do PIB do agronegócio do país.
Segundo o levantamento da safra 1990/91 até a safra 2023/24, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos no Brasil cresceu 429%, enquanto a área plantada cresceu apenas 108%. Isto quer dizer que o agro brasileiro produz mais com menos área.
Se o Brasil ainda estivesse usando as condições tecnológicas disponíveis nos anos 1990, seriam necessários mais 122 milhões de hectares para alcançar a atual produção. Isto revela que o agro brasileiro opera na ponta da tecnologia mundial.
Todas as áreas plantadas do Brasil – com culturas temporárias, semiperenes e perenes (grãos, cana-de-açúcar, frutas e florestas plantadas) – ocupam apenas 9% do território – cerca de 72 milhões de hectares.
O protagonismo assumido pelo agro do Brasil e reconhecido internacionalmente levou a Organização das Nações Unidas (ONU), a admitir que o país terá de ampliar em 41% a sua oferta de alimentos para atender à crescente população mundial, que deve passar dos atuais 7 bilhões para mais de 9 bilhões de habitantes em 2050. Só o Brasil pode oferecer essa ampliação.
O saldo da balança comercial do Brasil só é positivo graças ao agro. Em 2024, o superávit (exportações x importações) foi de US$ 74,5 bilhões, mas o do agronegócio foi bem maior – US$ 145,1 bilhões, porque os demais setores (indústria e serviços) foram deficitários em US$ 70,5 bilhões.
Reparem nos seguintes percentuais, segundo informações do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e da FGV Agro, elaborados pelo capítulo de Ribeirão Preto da Associação Brasileira do Agronegócio:
O agro brasileiro garante 66% da produção mundial de suco de laranja, ocupando o primeiro lugar; ele responde por 40% da produção mundial de café, da qual é também o líder global; por 37% da produção de soja, sendo igualmente o primeiro colocado; por 23% da produção de açúcar – da qual é o líder no mundo; por 16% da carne de boi (é o segundo do mundo); por 15% da carne de frango (é o segundo); por 10% da produção mundial de milho (é o terceiro); e por 4% da produção mundial da carne suína (é o quarto maior produtor).
E mais: o Brasil é líder na exportação mundial de suco de laranja (72%); café (32%); soja (55%); açúcar (51%); carne de boi (20%); carne de frango (32%); é o quarto maior exportador mundial de milho (21%) e o quarto em carne suína (11%).
E o algodão? O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo — 3,5 milhões de toneladas — e o maior exportador desse que é considerado o ouro branco. O consumo interno é de 750 mil toneladas, o que sobra é exportado.
É inacreditável e lamentável que o setor que lidera a agricultura mundial e garanta alimentos para os brasileiros e para cerca de 1 bilhão de pessoas em mais de 100 países esteja sendo, hoje, vítima de uma campanha movida por maus brasileiros, por exclusiva motivação ideológica.