O Brasil deve fechar 2025 com 3,3 milhões de toneladas de carne bovina comercializadas ao exterior, um número recorde. Apesar do tarifaço do governo norte-americano, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) manteve a projeção de crescimento do volume exportado em mais de 12% no comparativo com 2024 — que somou 2,87 milhões de toneladas.
As estimativas foram reforçadas pelo presidente da Abiec, Roberto Perosa, durante uma conversa com jornalistas nesta terça-feira, 9, em Brasília (DF). A associação também apresentou o Beef Report 2025, anuário com as informações do setor exportador de carne bovina.
“[Em dezembro de 2024] Fizemos um compilado e nós chegamos a um número de 12% de incremento no ano total de 2025 e 14% em faturamento do setor. E, para a minha surpresa, isso está mantido. [A projeção hoje] Está dando 12% no volume, até o faturamento está dando um pouquinho mais, está dando 16%. Mas muito em linha com o estudo que nós fizemos em dezembro”, comentou o presidente.
Os números divergem do que está no anuário, uma vez que as projeções feitas para o documento não contavam com uma produtividade melhor do rebanho brasileiro, como vem sendo observado neste ano. Outro ponto é que o anuário traz os dados em toneladas equivalentes de carcaça, que considera o volume após o abate, ou seja, com ossos, por exemplo.
Quanto ao faturamento citado por Perosa, a Abiec também manteve a estimativa em 14% de aumento. Isso representaria uma receita vinda da exportação de US$ 14,5 bilhões. No ano passado, o número ficou em US$ 12,8 bilhões.
Consumo interno também deve aumentar
A avaliação também é de que o consumo de carne bovina no mercado interno brasileiro também deve aumentar. Uma projeção inicial é de que, na média, cada brasileira deve terminar o ano de 2025 com mais de 30 quilos de carne consumidos no ano.
“O brasileiro nunca comeu tanta carne bovina na história. […] Quando há renda e disponibilidade, o mercado consumidor [interno] opta pela carne bovina”, destacou Perosa. Ainda conforme o presidente, a situação atual de renda e emprego no Brasil tem permitido essa escolha de proteína em relação aos outros tipos.