O sul do Brasil foi recentemente abalado por um tornado devastador que causou destruição significativa na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, localizada no estado do Paraná. Este fenômeno natural trouxe consigo um rastro de destruição, afetando a infraestrutura local e a vida dos moradores, além de deixar seis mortos e pelo menos 750 feridos. O meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (SIMEPAR), forneceu uma explicação detalhada sobre as condições que levaram à formação do tornado.
Segundo ele, o evento foi resultado de supercélulas de tempestade, que se desenvolveram na dianteira de um sistema frontal induzido por um ciclone extratropical. Este ciclone, originado de um sistema de baixa pressão, não só impactou o Paraná, mas também causou danos em outras regiões, como o litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, onde quedas de árvores e outros estragos foram registrados.
Previsões meteorológicas e desafios
Lizandro Jacóbsen destacou que, apesar do ciclone ainda estar ativo sobre o Oceano Atlântico, a previsão para os próximos dias é de uma breve calmaria no sul do país, com tempo firme até terça-feira. No entanto, ele alertou que a partir de quarta-feira, o clima pode se tornar novamente instável, com a possibilidade de temporais típicos da primavera. O meteorologista enfatizou que, apesar dos avanços tecnológicos, prever tornados com precisão continua sendo um desafio significativo. Atualmente, é possível apenas identificar áreas de risco com uma antecedência limitada, o que dificulta a preparação e a mitigação de danos.
A complexidade da previsão de tornados
Giovanni Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), reforçou a complexidade envolvida na previsão de tornados, mesmo com o uso de sistemas modernos de radar. Ele explicou que, embora o Brasil tenha feito investimentos significativos em sistemas de alerta para chuvas intensas, a previsão de tornados permanece um desafio devido à sua natureza aleatória e à falta de dados históricos suficientes. Dolif destacou que a imprevisibilidade dos tornados torna a preparação e a resposta a esses eventos ainda mais difíceis, exigindo um esforço contínuo para melhorar as tecnologias de monitoramento e alerta.
Impacto das mudanças climáticas
Além das dificuldades inerentes à previsão de tornados, Giovanni Dolif comentou sobre o impacto das mudanças climáticas no aumento da frequência e intensidade das tempestades. Ele afirmou que um planeta mais quente pode potencialmente intensificar esses fenômenos meteorológicos, embora a relação direta com o recente tornado no Paraná ainda não possa ser confirmada.





