Michelle Melo denuncia manobra do governo e afirma que atraso no PCCR da Saúde é “falta de vontade”

Durante a sessão desta terça-feira (18), a deputada Dra. Michelle Melo (PDT) fez um dos discursos mais duros já apresentados na Aleac sobre a situação dos trabalhadores da saúde. A parlamentar afirmou que a categoria vive há 25 anos aguardando justiça e que todas as etapas técnicas do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração já foram cumpridas, restando apenas decisão política para que o texto finalmente chegue ao Parlamento.

A deputada criticou a sequência de reuniões, escutas, tabelas refeitas e contratos com fundações que, segundo ela, não resultaram em avanço concreto. “Foram meses de idas e vindas, ajustes, pactuações, impacto financeiro concluído, e agora o governo vem dizer que só enviará o plano no dia 31 de dezembro. Isso não é atraso administrativo, é deboche”, afirmou.

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Para Michelle Melo, não há dúvidas sobre quem é responsável pela demora. “Não existe culpado entre servidores, deputados ou gestores intermediários. O verdadeiro responsável é o governo, que não teve coragem de enfrentar a injustiça histórica de pagar 100 reais por um plantão de 12 horas a trabalhadores que seguram o sistema de saúde do Acre”, disse. A parlamentar declarou que, em várias ocasiões, até a Secretaria de Saúde foi utilizada para defender a narrativa de que o projeto estava em andamento. “A verdade é que fomos cozinhados o tempo inteiro.”

A parlamentar também criticou a tentativa de dividir a categoria e jogar servidores contra gestores para dissipar a mobilização. “Querem nos fragmentar para enfraquecer, mas não conseguirão. A manobra de afirmar que o plano só chegará após o início do recesso é um desrespeito à paciência e à gentileza de cada trabalhador da saúde”, declarou. Ela classificou a conduta como um deboche injustificável e disse que ainda não conseguiu “engolir o tamanho da desconsideração”.

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Michelle Melo afirmou que a resposta não virá do governo, mas da própria categoria organizada durante a votação do Orçamento de 2026. “Se não querem enviar o plano, nós garantiremos o valor através de emenda. A saúde não é ingênua. É empática, cuidadosa e resiliente, mas jamais será tratada como trouxa. Com a força de vocês e o apoio desta Casa, vamos assegurar o orçamento necessário para aprovar a lei no próximo ano.”

Ela também demonstrou solidariedade aos profissionais que têm sido expostos ou atacados nos últimos meses. “Tenho visto enfermeiros, médicos e técnicos sendo desrespeitados de forma absurda. Ninguém está protegendo essa categoria como ela merece. A dor de vocês é a minha dor”, finalizou.

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