MST interdita rodovia em protesto por desapropriação de duas fazendas

O norte do Tocantins registrou, nesta segunda-feira (8), uma nova mobilização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Aproximadamente mil famílias ligadas ao Acampamento Carlos Marighella, instalado às margens da TO-404 desde 2013, ocuparam parte da rodovia para reivindicar a destinação de áreas ao Programa Nacional de Reforma Agrária.

O protesto ocorreu logo nas primeiras horas do dia e durou até o meio-dia. Pneus, galhos e troncos foram utilizados para interditar o trecho entre Araguatins e Augustinópolis. Com bandeiras, enxadas e cabos, os manifestantes buscavam pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a avançar no processo de desapropriação de duas propriedades da região, conhecidas como Água Amarela e Santa Hilário.

A disputa pelas terras

Segundo o MST, ambas as fazendas estão em situação irregular. O título da Água Amarela, de 951,7 hectares, já teria sido cancelado por se tratar de área pública. Já a Santa Hilário, de acordo com o movimento, está sob decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legalidade de sua desapropriação. Apesar disso, o grupo afirma que o Incra vem adiando as vistorias que dariam andamento ao processo.

As famílias também relatam um ambiente de tensão crescente no acampamento, com registros de disparos contra barracos e focos de incêndio em estruturas improvisadas.

Reação do Incra

O bloqueio só foi desfeito após representantes do Incra assumirem o compromisso de se reunir com os manifestantes nesta terça-feira (9). Confirmaram presença o superintendente estadual, Edmundo Rodrigues, o conciliador agrário regional, Geraldino Gustavo, e o chefe da Diretoria de Obtenção de Terras, Hilton Faria.

Em nota, o Incra informou que vem retomando gradualmente as atividades do Programa Nacional de Reforma Agrária, que esteve parado nos últimos anos. O órgão destacou ainda que já recebeu as famílias em agosto e que pretende realizar as vistorias ainda neste mês.

A superintendência declarou que mantém diálogo tanto com o MST quanto com a Polícia Militar, em busca de soluções pacíficas para a questão. Até o momento, os responsáveis pelas propriedades citadas não se manifestaram.

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