MST tem baixas expectativas para avanço da reforma agrária no governo Lula

As expectativas do MST quanto à efetivação da reforma agrária no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são baixas, segundo declarações de Ceres Hadich, integrante da direção nacional do movimento, conforme divulgou o jornal Folha de S.Paulo. Hadich aponta obstáculos como restrições orçamentárias e o cenário político atual, marcado pela necessidade de alianças do presidente com grupos que têm interesses opostos à causa da reforma agrária.

Segundo Hadich, dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) indicam que aproximadamente 140 mil famílias aguardam acesso à terra. No entanto, ela avalia que “por dados do próprio Incra a gente sabe que talvez não chegue a contemplar 20 mil, 25 mil famílias dessas que estão no cadastro de famílias acampadas”.

Líder do MST afirma que as principais ações do governo federal têm se concentrado em regularizar terras, assentar famílias em projetos já existentes e reconhecer territórios quilombolas

Ela ressalta que as principais ações do governo federal têm se concentrado em regularizar terras, assentar famílias em projetos já existentes e reconhecer territórios quilombolas. Apesar de considerar essas iniciativas relevantes, Hadich entende que elas não solucionam diretamente a demanda histórica por redistribuição fundiária no país.

Hadich também avalia que, apesar da recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), a pasta não recebeu os recursos necessários para tocar uma política efetiva de redistribuição de terras. “A gente não tem hoje na pasta do MDA um orçamento condizente com as necessidades que temos hoje no Brasil para a realização da reforma agrária”, explicou.

Mesmo sem perspectiva de avanços significativos neste governo, Hadich aponta que o MST seguirá mobilizado. O movimento pretende continuar pressionando o Executivo para ampliar os assentamentos e fortalecer as comunidades já estabelecidas. “Mais do que isso, que a gente também aponte no horizonte de um novo governo a possibilidade de ter, de fato, um projeto claro para a realização da reforma agrária no país”, declarou.

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