O agronegócio brasileiro, um dos principais motores da economia do país, tem sido severamente impactado pelas mudanças climáticas em 2024. A seca recorde, o aumento das temperaturas e as queimadas têm prejudicado as safras, com a expectativa de redução na produção e aumento nos preços dos alimentos. Especialistas indicam que esses fenômenos podem se intensificar nos próximos anos, tornando-se uma ameaça constante à agricultura nacional.
Estudos da Embrapa apontam que, com o aumento global das temperaturas, áreas produtivas de culturas essenciais, como café e soja, podem ser reduzidas em até 30% até 2070. Giampaolo Pellegrino, pesquisador da instituição, explica que muitas plantas possuem limites térmicos e que, quando a temperatura excede esse limite, a produção é diretamente afetada. Culturas de clima temperado, como trigo, arroz e feijão, tendem a perder áreas propícias para cultivo no Brasil.
Por outro lado, culturas adaptadas ao clima tropical, como a mandioca e a cana-de-açúcar, podem expandir suas áreas de cultivo à medida que mais regiões do país se tornam mais quentes. A mandioca, por exemplo, pode aumentar suas terras produtivas em até 24% até 2070, especialmente em áreas do sul do Brasil.
Além da perda gradual de terras cultiváveis, eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, enchentes e tempestades de granizo, têm causado perdas significativas nas safras. A tendência é que esses eventos se tornem mais frequentes, impondo desafios adicionais ao setor agrícola, que precisará se adaptar para mitigar esses danos.