Mulheres do agronegócio buscam desconstruir preconceitos e ser a ponte entre o campo e a cidade

Conteúdo/ODOC – As desinformações a respeito do agronegócio levaram um grupo de mães, proprietárias rurais, a fazer algo para combater as notícias falsas e preconceitos contra o setor. O movimento Agroligadas nasceu há cinco anos, como uma reação a forma que os filhos desses produtores rurais recebiam a informação nas escolas sobre a agropecuária mato-grossense. Geralmente, sob a pecha de que o agro mata, destrói, desmata, sem ponderar os aspectos positivos do setor.

“A gente percebeu que estava atingindo os nossos filhos, os filhos do agro. Você sabe que mexe com mãe, né? Quando eu percebi isso, que era um sentimento meu, uma dor minha também, a gente se uniu todo mundo. Fomos atrás das escolas, dos alunos, dos professores e trazer para dentro da fazenda, mostrar como que é a gente trabalha, porque não é desse jeito que está escrito nos livros. A gente foi muito acolhida, foi crescendo, passando de boca em boca e hoje as escolas procuram a gente e estamos adorando a fazer parte disso”, disse a presidente do Movimento Agroligadas, Geni Schenkel.

Como celebração dos cinco anos do Agroligadas, foi realizado um evento na sexta-feira (1), o “Agroligadas Experience – Inspiração e conexão entre as mulheres do agro”, reunindo cerca de 500 mulheres em Cuiabá. O propósito delas ultrapassou a barreira das escolas e elas querem criar essa conexão do campo com a cidade também pelos veículos de comunicação, nas redes sociais.

“A mulher espalha a notícia, a gente está em muitos meios. Estamos na igreja, no salão de beleza, no supermercado, na escola, na fazenda. Temos que levar essa informação sobre o que o agronegócio é de verdade. Eu tenho certeza que a gente colabora com essa comunicação, com a vontade das pessoas em conhecerem mais sobre o agro, de falarem mais, de quererem participar mais do agro”.

Diretora da Estância Bahia Leilões, Gabriela Tonhá, disse que o trabalho do Movimento Agroligadas é muito importante para fazer o agro comunicar com a cidade. “O agro é um universo de oportunidades, um universo de amor pelo que faz, pelo que produz, e o agro precisa afunilar a comunicação com a cidade, demonstrar a grandeza do setor para as pessoas que consomem o agro e, às vezes, não valorizam o agro. Nós precisamos nos conectar, abrir a nossa boca, soltar a nossa voz, defender o agro e falar daquilo que a gente acredita, daquilo que a gente faz com alegria”.

Agora o desafio das Agroligadas é tornar o movimento autossustentável, pois atualmente ele é sem fins lucrativos, mas como cresceu muito, já se tornou um trabalho. “Eu não consigo mais ter tempo para cuidar de tudo isso. Eu preciso ter uma equipe, de profissionais que conduzam daqui pra frente o grupo, o movimento, essas mulheres que são muitas. Esse é o principal desafio hoje do grupo e a gente já está tentando solucionar esse problema de torná-lo sustentável para continuar o nosso legado”.

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