Natal mais caro: Ceia acumula alta de quase 50% nos últimos cinco anos

Embora o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha apresentado um recuo em 2025, caindo para 4,46%, o consumidor brasileiro não sentiu alívio na hora de preparar a ceia de Natal. Um estudo detalhado pela Rico Research aponta que a cesta de produtos típicos para a data acumulou uma alta impressionante de 49,57% nos últimos cinco anos (2020-2025). Segundo analistas, o fenômeno ocorre porque categorias sensíveis ao câmbio e à demanda sazonal de fim de ano costumam acelerar, mantendo a pressão sobre o orçamento familiar.

Na análise dos itens que compõem a ceia, as frutas aparecem como o principal vilão do longo prazo, registrando uma disparada de 93,08% em cinco anos devido a choques climáticos e custos logísticos. Já no recorte dos últimos 12 meses, o destaque negativo ficou para os produtos importados: o bacalhau subiu 17,60% e os vinhos tiveram alta de 16,36%. Mesmo com a valorização pontual do real em 2025, esses itens continuam sofrendo o impacto da variação cambial e da forte procura característica do mês de dezembro.

A pesquisa também trouxe uma simulação prática para ilustrar a perda do poder de compra. Uma família que desembolsava R$ 1.000 para realizar sua ceia natalina em 2020, hoje precisaria gastar R$ 1.495,70 para adquirir exatamente os mesmos produtos. Outros itens essenciais, como o leite condensado (55,54%) e os queijos (56,37%), também apresentaram variações acumuladas muito acima do índice oficial de inflação no período de cinco anos, que foi de 38,70%.

O custo de presentear também não escapou da alta. Entre os mimos mais comuns, as flores naturais lideram o ranking de inflação, com um acumulado de 60,60% desde 2020. Vestuário e perfumes seguiram trajetórias próximas ao IPCA, enquanto o setor de brinquedos teve a menor variação no período (19,07%). No setor de serviços e deslocamentos, as passagens aéreas mostraram um comportamento atípico, com queda expressiva nos últimos dois anos (-18,89%), embora ainda acumulem alta de 32% no balanço de cinco anos.

Em resumo, o cenário de 2025 é marcado por uma deflação pontual em itens como frutas frescas no último ano (-0,60%), mas que não é suficiente para reverter a escalada de preços dos anos anteriores. Para os especialistas, o consumidor deve sentir que “tudo continua caro” devido ao peso acumulado de laticínios e carnes nozes. A recomendação para o fim de ano é a substituição de marcas e a pesquisa de preços, já que a cesta de Natal insiste em ignorar a tendência de queda dos índices gerais.

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