A nova política de financiamento habitacional da Caixa Econômica Federal, que entrará em vigor no dia 1º de novembro, pode reduzir a competitividade do banco e desacelerar o setor imobiliário, além de aumentar o desemprego, segundo análise da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa). As mudanças afetam imóveis de até R$ 1,5 milhão e exigem uma entrada maior por parte dos compradores.
De acordo com a Fenae, essa nova política prejudicará os brasileiros que dependem de financiamentos para adquirir sua casa própria. “Muitos não terão condições de arcar com a entrada maior exigida”, afirma Sergio Takemoto, presidente da Fenae.
Entre os motivos que levaram à mudança, está a escassez de recursos. O saldo negativo da caderneta de poupança, uma das principais fontes de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), tem sido constante desde 2021, com um déficit de R$ 11,2 bilhões em 2024. Ao mesmo tempo, a Caixa já concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário até setembro deste ano, um aumento de 28,6% em relação a 2023, evidenciando a alta demanda por imóveis no mercado.
Com a nova regra, a Caixa reduzirá o limite de financiamento: imóveis de até R$ 1,5 milhão financiados pelo SAC (Sistema de Amortização Constante) terão 70% do valor coberto, ante 80% anteriormente, enquanto o sistema Price financiará apenas 50%, ante os 70% anteriores.
A Fenae alerta que o governo precisa encontrar novas fontes de recursos para evitar a retração no acesso à moradia. “A escassez de recursos compromete a capacidade da Caixa de ampliar sua oferta de crédito. É crucial que o governo viabilize novas fontes de funding para que o banco continue exercendo seu papel no financiamento habitacional”, destaca Takemoto.