A Toyota apresentou oficialmente, na Tailândia, a nova geração da Hilux, sua picape média mais vendida no mundo. Pela primeira vez em quase seis décadas de história, o modelo será oferecido com versões 100% elétrica (BEV), híbrida leve (MHEV) e até com célula de hidrogênio (FCEV) — esta última com previsão de estreia em 2028. O lançamento na Ásia ocorre em dezembro de 2025, e a chegada ao Brasil está prevista para 2026.
Uma nova era: eletrificação e modernização
A nona geração da Toyota Hilux marca uma mudança histórica para a Toyota. Mesmo mantendo a plataforma IMV, a fabricante da caminhonete promoveu uma renovação completa no design e na proposta do veículo. O novo visual segue a linha “Tough and Agile” (robusta e ágil), com faróis mais finos, grade frontal redesenhada e o nome TOYOTA em destaque, abandonando o logotipo convencional da marca.
A versão elétrica (Hilux e-Travo) é uma das grandes novidades. Equipada com bateria de 59,2 kWh, dois motores (dianteiro e traseiro) e tração integral, ela entrega 196 cv de potência, torque combinado de 48,3 kgfm, autonomia estimada de 240 km (WLTP), 715 kg de carga útil e 1.600 kg de capacidade de reboque. A Toyota afirma que a robustez foi preservada, com estrutura sobre chassi e proteção reforçada da bateria, inclusive para uso off-road.
Motor híbrido 48V: a estrela para o Brasil
Para mercados como o brasileiro, o destaque será a versão Hybrid 48V, que combina o motor 2.8 turbodiesel de 204 cv com um pequeno motor-gerador elétrico. Essa versão oferece maior eficiência, melhor desempenho em partidas e aceleração, sem abrir mão da capacidade de trabalho: são 1 tonelada de carga útil e 3.500 kg de reboque.


Além disso, versões com motor 2.7 a gasolina ainda estarão disponíveis em regiões específicas, como o Leste Europeu, mas o antigo motor 2.4 diesel foi descontinuado.
Interior reformulado e mais tecnologia na Toyota Hilux
O interior da nova Hilux foi completamente renovado, com forte influência do Land Cruiser. A picape agora conta com painel de instrumentos digital de 12,3”, central multimídia com a mesma dimensão nas versões topo de linha, carregador por indução e novas portas USB traseiras. A Toyota também manteve os controles físicos — algo valorizado em picapes utilitárias.
Pela primeira vez, a Hilux vem com direção elétrica (EPS), proporcionando respostas mais suaves e melhor controle, especialmente em pisos irregulares. Esse recurso, no entanto, será limitado às versões elétricas e de topo, enquanto as demais seguem com direção hidráulica.


O pacote de segurança Toyota T-Mate (ADAS) também foi ampliado e inclui:
- Supressão de Aceleração em Baixa Velocidade
- Assistência Proativa de Direção
- Sistema de Parada de Emergência
- Monitor de ponto cego
- Safe Exit Assist
- Atualizações remotas (over-the-air)
Produção na Argentina e expectativa para o Brasil
Apesar de ainda não ter confirmado investimentos, a Toyota já está testando a nova Hilux na planta de Zárate, na Argentina, indicando o início da adaptação local para produção das versões eletrificadas. Executivos da montadora sinalizaram que o plano é oferecer uma versão eletrificada de todos os modelos vendidos no Brasil, o que reforça a expectativa de que a Hilux híbrida (e talvez até a elétrica) seja fabricada por aqui.

Atualmente, a Hilux parte de R$ 253.090 na versão cabine simples e vai até R$ 353.290 na cabine dupla, com motor diesel e tração 4×4.
Com esse lançamento, a Hilux não apenas se adapta à nova era da mobilidade, mas reafirma sua posição como referência no segmento das picapes médias, combinando tradição, robustez e inovação. A aposta em diversificação energética — diesel, gasolina, híbrida, elétrica e hidrogênio — coloca a Hilux no centro da estratégia global da Toyota para eletrificar sua frota sem abandonar mercados que ainda dependem fortemente dos motores a combustão.




