O preço do isolamento: como 20 anos de negligência condenaram municípios acreanos ao caos

Vinte anos. Esse é o legado da Florestania e do Partido dos Trabalhadores no Acre. Duas décadas de uma política que, sob a bandeira vermelha, isolou os municípios acreanos e decretou a pobreza de uma população inteira. Com a omissão em construir estradas, condenaram esses lugares ao abandono e ao atraso. Não é exagero dizer que foi uma conspiração contra o progresso, um atentado contra o desenvolvimento.

Hoje, colhemos os frutos amargos desse desgoverno. A crise hídrica que assola o estado não é um acidente, mas a consequência natural de anos de negligência e incompetência.

Foto: Defesa Civil de Jordão

A cidade de Jordão, a 839 quilômetros de Rio Branco, é o exemplo mais gritante dessa tragédia anunciada. Com uma população de mais de 9 mil pessoas, Jordão está à beira do colapso, lutando para obter o mínimo necessário para sobreviver: gás de cozinha, gasolina, alimentos. Tudo falta, porque os rios, que antes eram a única via de acesso, agora secam. E a infraestrutura? Inexistente. Nada foi feito para mudar isso em vinte anos. Resultado: mercadorias que demoravam semanas agora levam mais de um mês para chegar, quando chegam.

Rio Muru, na comunidade Novo Porto, também está com nível baixo em Jordão, no interior do Acre — Foto: Defesa Civil de Jordão

Diante de um quadro desses, a Prefeitura de Jordão, sem saída, decretou estado de calamidade pública. Não poderia ser diferente. Mas quem responde por isso? Quem explica para essas famílias que não há comida porque os rios secaram e o governo que deveria ter construído estradas preferiu a retórica vazia de um discurso supostamente ambientalista.

É hora de encarar os fatos: estradas são a única solução para tirar certas regiões do isolamento. É preciso apontar soluções, sim, mas os culpados não devem ser esquecidos. Porque enquanto eles discursavam em palanques, Jordão e tantas outras cidades do Acre afundavam na miséria.

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