O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, defendeu publicamente a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), em artigo publicado neste domingo no jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo ele, a escolha representa um gesto de valorização das garantias individuais e do direito de defesa, temas que a entidade coloca no centro de sua atuação e que, na avaliação de interlocutores, reforçam o alinhamento político da Ordem ao governo Lula.
OAB: um ministro “humanista e pacificador”
Simonetti sustenta que Messias chega ao STF com trajetória marcada pelo exercício prático da advocacia e pelas dificuldades inerentes à defesa técnica. Ele afirma que o atual advogado-geral da União conhece a rotina das audiências, a pressão dos prazos, a resistência ao acesso a autos sigilosos e o preconceito que muitas vezes recai sobre defensores envolvidos em casos de alta exposição.
Para o dirigente da OAB, a experiência acumulada o credencia como um ministro capaz de atuar como “humanista e pacificador”. Conforme o artigo, Messias se encaixa no perfil ideal da OAB para momentos de tensão institucional. Simonetti destaca sua familiaridade com o diálogo e com a construção de consensos, características que considera essenciais num período em que o STF é convocado a arbitrar conflitos políticos e sociais de grande sensibilidade.
O presidente da OAB afirma ainda que a chegada de Messias ao Supremo contribuiria para afastar resquícios de criminalização da defesa, fenômeno que atribui aos métodos da Operação Lava Jato. No texto, ele sustenta que a nomeação reforça o papel da Corte como guardiã do Estado Democrático de Direito e defensora de julgamentos imparciais, mesmo nos casos mais graves.
Simonetti também cita episódios recentes em que considera que Messias se alinhou à pauta institucional da OAB. Entre eles, o apoio ao direito de sustentação oral em julgamentos, a defesa das prerrogativas de advogados públicos e o compromisso com honorários dignos — tema que o STF pacificou com o respaldo da AGU sob sua gestão.
O artigo conclui que a indicação fortalece a atenção do Supremo às garantias processuais e aproxima a Corte da realidade vivida pelos advogados e pelos cidadãos que dependem deles para ver seus direitos reconhecidos.


