Ação da Polícia Federal apura vazamento de dados sigilosos que teriam beneficiado investigados ligados ao crime organizado
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (16), a segunda fase da Operação Unha e Carne, que resultou na prisão preventiva do desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). A ofensiva tem como objetivo aprofundar as investigações sobre o vazamento de informações sigilosas que teriam comprometido apurações criminais em andamento.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e cumpriu um mandado de prisão preventiva e dez de busca e apreensão, executados nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. As ordens judiciais fazem parte de uma investigação aberta no âmbito da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que apura conexões entre organizações criminosas e agentes públicos no Rio de Janeiro.
Segundo a PF, o desembargador é investigado por possível envolvimento no vazamento de informações protegidas da Operação Zargun, deflagrada em setembro e que teve como alvo integrantes do Comando Vermelho, além de desdobramentos envolvendo políticos e operadores. O vazamento teria facilitado a obstrução da Justiça e permitido que investigados se antecipassem a medidas judiciais.
A prisão ocorreu na residência de Júdice Neto, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Ele atuava como relator de processos relacionados à Operação Zargun no TRF-2. Além da detenção, a PF apreendeu materiais e dispositivos eletrônicos que serão analisados para aprofundar as apurações.
A defesa do desembargador e o TRF-2 foram procurados, mas não se manifestaram até a última atualização desta matéria. Com informações do portal Correio.



