O governo dos EUA voltou a criticar a falta de transparência da ditadura de Nicolás Maduro e cobrou que a Venezuela divulgue na íntegra os boletins de urna do pleito de domingo, 28 de julho —coisa que o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, não fez até agora.
“A nossa paciência e a da comunidade internacional estão se esgotando enquanto aguardamos que as autoridades eleitorais venezuelanas se esclareçam e divulguem os dados detalhados sobre esta eleição”, declarou John Kirby (foto), porta-voz da Casa Branca para assuntos de segurança, nesta quarta-feira, 31 de julho.
Kirby lembrou que tanto o Centro Carter como observadores independentes afirmaram, em relatório, que “a eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática“.
O CNE decretou a “vitória” eleitoral de Maduro sem terminar de contar os votos e sem divulgar as atas. A oposição, por sua vez, obteve e colocou na internet atas que comprovam a vitória de seu candidato, Edmundo González, por larga margem na votação de domingo.
A ditadura reagiu pedindo a prisão de González e da líder oposicionista María Corina Machado, impedida de concorrer pelo regime. Maduro atribuiu aos dois opositores a responsabilidade por “gangues criminosas” que estariam insuflando os protestos em todo o país.
Repressão a protestos
O porta-voz da Casa Branca também manifestou “sérias preocupações sobre os relatos de vítimas, violência e prisões, incluindo os mandados de prisão que Nicolás Maduro e seus representantes emitiram hoje para líderes da oposição”.
Em mensagem distribuída pelas suas redes sociais nesta quarta, Corina apontou “mais de 177 detenções arbitrárias, 11 desaparecimentos forçados e pelo menos 16 assassinatos nas últimas 48 horas” na Venezuela, no que chamou de “escalada cruel e repressiva” do regime.
Como publicamos ontem, Lula acha a farsa eleitoral de Maduro um “processo normal”. Pesquisa divulgada nesta quarta, porém, mostra que 73% dos brasileiros discordam dele.