Empenhado em melhorar o ambiente de negócios e fortalecer as relações bilaterais entre o Brasil e o Peru, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC), nesta quinta-feira (5), pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a instalação do Grupo Parlamentar Brasil-Peru. Declarou que a finalidade do colegiado será de cooperação interparlamentar para incentivar e desenvolver relações bilaterais entre os poderes legislativos dos dois países.
Após participar recentemente de uma missão comercial brasileira no país andino, diz ter percebido a necessidade de implementação, por parte do governo brasileiro, dos acordos bilaterais já firmados entre os dois países, entre eles, o de melhorar os obstáculos alfandegários para facilitar a entrada e a saída de produtos.
“Uma das maiores queixas que ouvi do empresariado peruano foi justamente sobre o excesso de burocracia para entrar com seus produtos no Brasil. Um dos motivos é justamente nosso posto de fiscalização na alfândega, que é ineficiente. O contingente de servidores que atuam no local está aquém das necessidades atuais do fluxo comercial que já existe e que pretendemos expandir, ” afirmou.
Petecão informou também haver recentemente participado de uma reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para discutir a situação dos gargalos nos serviços alfandegários do estado do Acre. Na ocasião, apresentou ao titular da pasta a situação do funcionamento da fiscalização sanitária feita pelo ministério através das alfândegas de Epitaciolândia e Assis Brasil. Destacou a importância de o ministério definir estratégias e alternativas para a melhoria dos serviços aduaneiros ali prestados.
Alertou que as autoridades brasileiras precisam estar mais atentas para fortalecer as relações comerciais com o Peru. Informou que se trata de um possível mercado consumidor de mais de 33 milhões de pessoas, com grande potencial econômico. Ao concluir, destacou a visita técnica ao porto de Chancay, na costa do Pacífico, onde empresários chineses e peruanos investirão mais de R$ 20 bilhões na construção do maior porto da América Latina.
De acordo com o senador, esse porto facilitará as exportações brasileiras para os mercados mais prósperos do mundo, como os da Ásia. Acrescentou que a utilização desse porto permitirá chegar a esses mercados com mais rapidez e a custos operacionais mais baixos, o que, na prática, significa mais lucros para a classe empresarial e mais recursos para a balança comercial brasileira.
Mas, para isso se efetivar, é preciso investir em infraestrutura viária e melhorar as condições da alfândega, com a realização de concursos públicos regionalizados para aumentar o quadro funcional da fronteira.
“A instalação do Grupo Parlamentar Brasil-Peru, por nós proposto, será um fórum mais que adequado, para, juntos, identificarmos todos os entraves, as condições inadequadas de infraestrutura das aduanas e demais problemas detectados na fronteira entre Brasil e Peru. Nosso objetivo é encontrar, juntamente com os demais órgãos e autoridades, as soluções para as demandas, com o objetivo de consolidar, de fato, a relação comercial entre os dois países”.
