A China é o maior parceiro comercial do Brasil. No agronegócio, essa relação é particularmente importante: 32% dos US$ 159 bilhões exportados pelo setor no ano passado embarcaram com destino ao país asiático. O número dá o tom da importância da visita de Lula à China, incluindo a presença do ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, na comitiva. O grupo chega nesta quarta-feira, 12, com a missão de estreitar parcerias, nas quais estão incluídas relações diretas com o agronegócio.
Aliás, a viagem de Lula deveria ter acontecido em março, na semana em que os embarques de carne bovina à China foram retomados, após sanção provocada pelo caso isolado da ‘doença da vaca louca’. A pecuária é apenas uma das cadeias que atende a relação bilateral.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, em 2022, cinco setores do agro faturaram acima de US$ 1 bilhão, incluindo soja, setor sucroenergético, fibras e produtos florestais. A China importou do Brasil US$ 58,8 bilhões em produtos do agronegócio, montante 43,3% maior que em 2021.
Hua Chunying, diretora do Departamento de Informações do Ministério das Relações Exteriores da China, se pronunciou em rede social sobre a chegada de Lula ao país. “As interações entre China e Brasil, os dois maiores países em desenvolvimento respectivamente dos hemisférios leste e oeste, darão novos impulsos ao desenvolvimento das relações bilaterais e contribuirão para paz, estabilidade e desenvolvimento das regiões e do mundo”, publicou a porta-voz.
Milho em alta
O país asiático é o maior comprador mundial de milho e a estimativa é de que os chineses importem 18 milhões de toneladas do cereal na safra vigente. A alta demanda é um dos fatores que aproxima os países, pois a produtividade do milho no Brasil tem se tornado cada vez mais relevante ano a ano.
A volumosa safra de milho estimada pela Conab em125,8 milhões de toneladasna safra 2022/23, 11,2% maior comparada ao calendário anterior, também pode ser um impulso à parceria bilateral. Isso porque, em 2022,a China liberou a entrada de milho brasileiro, fechando dezembro com 1,165 milhão de toneladas embarcadas.
Em março, a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) já havia protocolado um ofício ao ministro Carlos Fávaro, solicitando que três temas sejam abordados com as autoridades do país: a sincronia na aprovação de eventos de Organismo Geneticamente Modificado (OGM), a abertura do mercado chinês para a exportação de sorgo e também do farelo de milho.
No documento, a entidade também falou da importância de um amplo acordo de cooperação em biotecnologia agrícola para alimentar populações em crescimento e reduzir o impacto ambiental da agricultura.