Políticos monitoram pesquisas de intenção de voto para pensar em 2026; Tarcísio é visto como ‘esperança’.
A direita tem demonstrado preocupação com a possível indicação, por Lula, de seis ministros ao Supremo Tribunal Federal (STF). Desde que assumiu a presidência, em 2023, Lula já indicou Flávio Dino (que entrou no lugar da ex-ministra Rosa Weber) e Cristiano Zanin (com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski). Agora, nos próximos dias, vai escolher um terceiro nome, para substituir Luis Roberto Barroso, que anunciou a saída antecipada da Corte – a previsão era que permanecesse no posto até 2033, deixando apenas duas indicações para o presidente.
Com isso, a conta de indicações de Lula ao STF, que inicialmente era de apenas dois, chegou a três. E pode virar seis. Isso porque Luiz Fux, Carmem Lúcia e Gilmar Mendes completam 75 anos, respectivamente, em 2028, 2029 e 2030, sendo obrigados a deixar o cargo – e abrindo três vagas para indicação do futuro presidente do Brasil, que assumir o Palácio do Planalto entre 2027 e 2030.
Por isso, o receio da direita, mais do que nunca, está focado em uma reeleição de Lula. “Existe a preocupação com o fiscal e o financeiro do Brasil como um todo, mas ter indicado seis ministros, de um total de onze, é um fato que nos tem feito pensar”, disse à coluna uma autoridade da direita em São Paulo.
“Não podemos deixar Lula ganhar de jeito nenhum. Seis ministros é muita coisa”, repetiu um aliado muito próximo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que segue sendo citado como “esperança” contra Lula nos bastidores.
As pesquisas de intenção de voto recentes tem servido de base para essa movimentação. Em São Paulo, o governador é tido como “praticamente reeleito”, e a leitura é que arriscar uma corrida nacional contra Lula seria muito arriscado. O presidente tem pontuado bem contra Tarcísio nos levantamentos. Ao mesmo tempo, outros nomes da direita testados contra o petista tem aparecido com menos força do que Tarcísio – caso de Michelle Bolsonaro, Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado, por exemplo. “Acho que Tarcísio será levado a sair do Palácio dos Bandeirantes de qualquer jeito” e “Tarcísio vai ter que sair a presidência mesmo, não vai ter como”, foram algumas das frases ouvidas pela coluna de pessoas próximas ao chefe do Executivo paulista.
Tarcísio e o STF
Questionados sobre a relação de Tarcísio com o STF depois das manifestações de 7 de setembro, em que chamou o ministro Alexandre de Moraes de “tirano”, pessoas próximas ao governador dizem que ele está “muito arrependido” da fala, e que se deixou levar pelo momento de euforia durante o protesto. Tarcísio, até então, era conhecido pela boa relação com a Corte e por ser uma figura mais moderada.