Prejuízo acumulado entre janeiro e setembro chega a R$ 6,1 bilhões e pressiona governo a conter gastos.

Os Correios registraram um prejuízo acumulado de R$ 6,1 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, aprofundando a crise financeira que atinge a estatal desde 2023. Os números, divulgados nesta sexta-feira (28/11), mostram que o rombo quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado, ampliando a deterioração das contas da empresa.

Somente no terceiro trimestre, a estatal acumulou perdas de R$ 1,7 bilhão, enquanto a receita caiu para R$ 12,35 bilhões — retração de 12,7% frente a 2024. O balanço também revela que as despesas administrativas dispararam 53,5%, alcançando R$ 4,82 bilhões. Apesar de uma leve queda nos custos operacionais, a redução não foi suficiente para conter a alta das despesas financeiras.

Os juros de empréstimos contratados entre dezembro de 2024 e junho de 2025 somaram R$ 157 milhões e pesaram sobre o caixa da companhia. Nesse período, os Correios tomaram R$ 550 milhões junto aos bancos ABC e Daycoval, já quitando parte dos débitos, mas ainda mantendo R$ 76,6 milhões pendentes com o ABC.

Para enfrentar a crise, a estatal aprovou em 19 de novembro um plano de reestruturação que prevê um empréstimo de até R$ 20 bilhões, além de monetização de ativos, venda de imóveis e fechamento de até mil agências deficitárias. A proposta inclui ainda um Programa de Demissões Voluntárias e ajustes no plano de saúde dos servidores, enquanto o governo federal promoveu um contingenciamento de R$ 3,3 bilhões para tentar equilibrar as contas públicas.

Relatório recente do Banco Central aponta que o rombo das estatais federais chegou a R$ 6,35 bilhões até outubro, puxado principalmente pelos Correios. A estatal, hoje presidida por Emmanoel Rondon, lidera o déficit do setor e deve encerrar o ano com resultados ainda piores. Informações do portal Metrópoles.